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Rotina ayurvédica na primavera | Vasant Ritucharya

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Primavera, sua linda…

Se você não está familiarizado com as práticas do ayurveda ou não conhece muito bem os “doshas” fique tranquilo pois o ayurveda está longe de se resumir ao conceito de biotipos e nomes em sânscrito. Eu acredito que todas as pessoas possuem esta inteligência intrínseca e só precisamos de um estímulo para acessar o conhecimento da natureza. Não tenha receio de seguir lendo pois não pretendo entrar aqui neste conceitos, vou explicar de maneira descomplicada a rotina ayurvédica na primavera | Vasant Ritucharya

Então, para colher deste precioso conhecimento decidi escrever este texto com uma abordagem descomplicada e bem prática e, apesar de saber que no ayurveda não existem “atalhos”, “receitas de bolo”  e que saúde é uma construção diária,  ainda sim, mudanças simples e inteligentes na rotina de alimentação podem ser verdadeiramente benéficas a todos as pessoas, mesmo que estas dicas sejam mais genéricas. Independente da primavera já ter começado e mesmo sem saber nada sobre os biotipos e elementos ainda dá tempo.

Ah, se você ainda não me conhece, muito prazer sou a Daiane Bortolon, naturóloga, terapeuta e formada em Ayurveda (2008 Índia/Brasil Instituto Suddha Dharma Mandalam), criadora dos produtos Yamuna Artesanal e blog Sala de Ayurveda

O sol se aproxima, o calor interno cresce

Para um estilo de vida saudável (Vihara Chikitsa), o ayurveda recomenda mudanças na rotina diária de acordo com a estação do ano (Ritucharya), o ideal é que a transição de rotina seja feito 10 a 15 dias antes do solstício pois é neste momento que a força da estação está nascendo no cosmos. A primavera chegou nesta semana enquanto equinócio, mas na verdade este sol em equanimidade, este calor, já estava chegando ao alinhamento um pouco antes, em meados de setembro. Nosso corpo e toda a natureza que somos inseridos também já estavam sentindo este sol interno crescente.

A termo estação do ano não descreve muito bem estas transições, prefiro a palavra período que é mais apropriada pois dentro de uma estação encontramos vários períodos diferentes. Uma eterna transição, não? 

O presente é reflexo do passado 

O passado da primavera é o inverno e é neste período que nosso corpo e mente acumulam os atributos da estação: frio, escuro, pesado, úmido ou seco –  dependendo da região onde você mora. Quanto mais próximo dos trópicos, mais intensa e marcada será a estação e suas características. O importante é entender que estas qualidades que foram acumuladas em nosso corpo durante todo o inverno vão emergir lá na primavera das mais diversas formas. Os sintomas  mais comuns de um inverno acumulativo são alergias, muco, gripes e ganho de peso. O inverno nos torna mais densos e lentos e é aqui que visitamos nossas profundezas.. Na chegada da primavera, tudo que estava duro, esquecido e profundo começa a se liquefazer e se movimentar para sair. Por isso alergias, sinusites e rinites são tão comuns nesta época, mas o que fazer para minimizar estes sintomas de acúmulo? 

Rotina ayurvédica na primavera | Vasant Ritucharya

Abaixo, listo algumas dicas para ajudar esse “kapha” ou, traduzindo, esse “frio-umidade” a sair. 

  1. Vegetais verdes e frescos devem ser a base da sua alimentação. Eles concentram os sabores amargo e adstringente, ideais para a estação. 
  2. Reduza o consumo de tudo que é doce, incluindo pão, arroz e batatas. O sabor doce tende a aumentar o muco e apagar o fogo digestivo. Lembre-se de que nesse momento o corpo está digerindo as “sobras” do inverno. Não vive sem cereais? Apenas reduza e tempere bem com as especiarias do item seguinte.
  3. Use muitas especiarias: picante, amargo e adstringente são os sabores que devem ser predominantes na alimentação. Chá de gengibre durante o dia é uma ótima prática. Dica: refogue as especiarias em ghee ou óleo de coco antes de cozinhar os alimentos. As especiarias culinárias mais indicadas são: semente de mostarda, feno grego, cominho, gengibre, pimenta preta, canela, cardamomo e a fabulosa cúrcuma.
  4. Beba chás mornos e com ervas depurativas e digestivas  como gengibre, cardamomo, canela, cravo, etc. pelo menos duas vezes ao dia. Ervas estimulantes, diuréticas e depurativas são bem vindas: cavalinha, alecrim, orégano, dente de leão, alcachofra…
  5. Dê preferência a alimentos frescos e de fácil digestão. Vegetais da época são sempre a melhor opção. 
  6. Frutas: sempre sozinhas, com casca e da estação. Então a maçã fuji  hiper docinha que foi colhida em fevereiro lá no alto da serra não conta, viu? 
  7. Reduza ou elimine queijos e leite por uma ou duas semanas. 
  8. Mantenha-se aquecido.
  9. Faça a limpeza das narinas com soro fisiológico morno todas as manhãs. Se você é adepto das terapias ayurvédicas, esta é a melhor época para a terapia Nasya (terapia de aplicação de óleos com ervas nas narinas).
  10.  Faça diariamente  a raspagem da saburra na língua (sua língua é um espelho de como está seus órgãos, sabia?)
  11. Pequenos jejuns matinais ou Jejum intermitente são muito indicados nesse período. (você pode ler um texto sobre esse assunto aqui)
  12. Mova o corpo com caminhadas ao sol, yoga ou outro exercício aquecedor.
  13. Não dormir durante o dia, apenas descanso após a principal refeição de 20 minutos.
  14. Observe a beleza: reserve alguns momentos do seu dia para admirar o florescer da vida, as árvores e os pássaros cantando, essa prática energiza tanto quanto pimenta.
  15. Consuma diariamente uma colher de mel envelhecido. Como? Mas não era para evitar o sabor doce? O mel envelhecido ajuda a fluidificar muco. Sua natureza é morna e também adstringente, então pode um pouco por dia sim.
Rotina ayurvédica na primavera | Vasant Ritucharya

 

Panacéia de primavera: trikatu

Ele é uma estrela aqui em casa e eu explico: esquenta, digere, depura  e seca o muco e as toxinas que estão transbordando para o sistema digestivo.

Ingredientes:

  • 1 colher de sopa de pimenta do reino em pó
  • 1 colher de sopa de gengibre em pó
  • 1 colher de sopa de cúrcuma em pó (escolha uma pura, sem misturas)
  • mel suficiente para formar uma pasta

Preparo:

Em um recipiente de vidro misture as especiarias e vá acrescentando o mel aos poucos até formar uma pasta. Você pode consumir assim ou aguardar alguns dias até que o composto seque, permitindo moldar pequenas bolinhas com as mãos. 

Quanto e como usar:

1 colher de café, 2 vezes ao dia.

Tome em jejum pela manhã com água morna ou em temperatura ambiente.

Uma linda primavera a todos!!

Daiane Bortolon

 

imagens em destaque chá de camomila : https://rikkisnyder.com/blog/13802265/chamomile

 

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Receita de Cookie Gigante recheado

Adoramos cookies por aqui (acho que você já percebeu!) e vou te mostrar uma receita de cookie gigante recheado que fica delicioso. Essa é uma receita criada pela Amabile Kolenda, e no final do texto te explico porque adoramos ela!

Receita de Cookie Gigante recheado

Base e cobertura – cookie

2 xícaras de farelo de aveia (ou farinha de aveia)
2/3 xic. farinha de amêndoas (se não encontrar, pode comprar amêndoas e bater no liquidificador ou processador).
2/3 xic. farinha de maca peruana (pode usar farinha de grão de bico, de quinoa, proteína vegana…)
2/3 xic. açúcar de coco ou mascavo
2/3 xic. aveia laminada ou flocos grossos
2/3 xic. xícara Ghee (ou óleo de coco)
2/3 xic. xícara água ou leite vegetal


Misture tudo e separe metade e coloque no fundo na forma apertando com a espátula. Separe a outra metade para por depois em pedaços irregulares em cima do recheio.


Recheio do Cookie gigante

1 xic. de creme de castanha de cajú (Puro Caju), ou pistache com amêndoa
2 colheres de sopa de chocolate puro 100% 

Adoce a gosto (usei melado)
2/3 xic. MAIS OU MENOS de água (coloque aos poucos)

Modo de fazer o recheio: bata todos os ingredientes com o fouet ou mixer e acrescente água aos poucos ate ficar um creme liso e com textura cremosa


Coloque em cima da base da massa, coloque o restante da massa por cima em pedaços e leve tudo ao forno a 180°C por 40 minutos em media, ou até dourar em cima!

Receita de Cookie Gigante recheado Amabile Kolenda

 

Quem criou essa receita de cookie enorme?

Amabile Kolenda (foto acima) é a autora da receita. Ela foi aluna e depois professora na escola Natural Chef Brasil @naturalchefbrasil e têm dedicado sua vida em criar, transformar alimentos em terapia além de ministrar cursos on-line que ensinam receitas impressionantes. Além de tudo, é uma pessoa super querida e prestativa.  

Visite o site dela pra saber mais sobre os cursos:  https://amabilekolenda.com/ e Siga ela no instagram se quiser aprender receitas deliciosas e funcionais: @amabilekolenda

Transições ecológicas no banho: como se adaptar ao shampoo sólido?

Aqui na Yamuna percebemos que durante a pandemia muita gente iniciou sua transição de shampoos e condicionadores sintéticos para os shampoos em barra naturais e biodegradáveis. Junto com estes clientes e amigos que ganhamos, começaram as muitas dúvidas e incertezas neste processo. É pra resolver estas dúvidas que escrevemos este texto e vamos manter sempre atualizado. Você pode também compartilhar sua experiência na transição dos shampoos conosco, e se você ainda não faz parte desta revolução dos produtos sólidos e naturais quem sabe não está na hora de se engajar?

O que são shampoos sólidos?

Shampoos sólidos são sabonetes com uma formulação diferenciada para o uso nos cabelos. A base de óleos vegetais por até ser a mesma, mas a quantidade de cada um vai tornar a fórmula mais nutritiva e com um ph mais equilibrado.

Usar shampoo sólido ou em barra não tem nada haver com lavar o cabelo com sabonete. Com exceção dos shampoos NSP (não saponificados), todo shampoo sólido pode ser usado como sabonete, mas nem todo sabonete pode ser usado como shampoo sólido. Importante saber que estamos falando exclusivamente dos sabonetes e shampoos naturais.

Antes de ir para o que interessa, quero dizer que shampoo sólido não é novidade, shampoo líquido de lauryl ‘de marcado’ sim. Nossos antepassados ainda não sabiam como transformar petróleo em substâncias como o lauryl há 100 anos atrás, mas há pelo menos 2.000 anos já se faz sabão de azeite de oliva e coco. 

Transições ecológicas no banho: como se adaptar ao shampoo sólido?

 

shampoo de capim limão

Porque usar shampoo sólido natural*?

  1. Minimalismo e lixo zero. Dê adeus às dezenas de embalagens plásticas no seu banheiro. 
  2. Amor às águas e à vida. Shampoos sólidos são biodegradáveis, ou seja, não poluem nem comprometem a vida nos rios, lagoas, mananciais e mares. 
  3. Autoconhecimento: você vai redescobrir a verdadeira natureza do seu cabelo para além dos padrões impostos. Se você estiver na luta  pela libertação da vaidade nociva imposta pelo patriarcado às mulheres este porque fará muito sentido. Isso vale se você for homem, mulher ou andrógeno.
  4. Verdade e clareza na relação com o consumidor: quem produz este tipo de “produto” somos nós artesãos, que trabalhamos com as mãos, em pequenos lotes e mão de obra familiar e humanizada.
  5. Composição: um NÃO bem grande a produtos sintéticos, petroquímicos e outros cancerígenos. 

 *uso aqui o “sobrenome” natural pois existe no mercado shampoos sólidos que não são naturais a base de lauryl. Esta substância não é biodegradável. Falo mais sobre este tema estre outros relacionados neste post aqui. E se você que entender melhor o tema do lauryl tem este texto aqui. 

A transição para o shampoo natural – principais dificuldades

Primeiro você precisa saber que esse período de transição do sintético para o natural é bem delicado e pode ser bem difícil também. Você vai ter que ir se abrindo para os efeitos e curas do processo que vão desde a regulação da secreção das glândulas sebáceas do couro cabeludo até a desconstrução do modelo ideal de cabelo imposto pela indústria que carregamos. Tem pano para a manga nisso viu? 

A primeira dica é: não desista!! Eu uso shampoo sólido há quase 10 anos, meus filhos nunca usaram outro tipo de shampoo e temos três tipos de cabelos aqui em casa: cacheados médios, liso oleoso e liso seco. Sucesso em todos os casos, e aromas impressionantes.

Quanto tempo leva a transição?

Pode levar de 6 semanas a 1 ano, se você usar o shampoo saponificado tradicional. 

Porque demora?

Demora por dois fatores principais:

1. Acúmulo de materiais sintéticos como parafina e silicone nos fios. O shampoo sólio não consegue remover esses sintéticos de imediato, por isso eles precisam de tempo para irem embora sozinhos, mas você pode acelerar o processo fazendo a limpeza com bicarbonato ou óleo ou as duas. Ensino isso no final deste post.

2. Regulação do sebo

Se você é da turma que lava os cabelos todos os dias pois tem cabelo oleoso e “come” shampoo, talvez este seja a parte mais complicada do processo. No final, você pode vir a perceber que seu cabelo não é oleoso não, ele estava com a produção de sebo desregulada. 

O sebo é uma cera oleosa que é produzida para proteger o couro cabeludo e nutrir os fios naturalmente. Acontece que se você está há anos utilizando um shampoo sintético excessivamente detergente, certamente ele desregulou tudo lá em cima e quando você começa a usar um shampoo natural parece que o cabelo logo fica oleoso. O shampoo natural limpa de uma maneira bem mais suave e com o tempo o couro cabeludo vai entendendo esta nova demanda e se auto regula na produção de sebo. Por isso que quanto mais você lava o cabelo, mais ele precisará ser lavado. Com o sebo reguladinho, pessoas com cabelos secos e/ou cacheados precisam lavar 1-2 vezes por semana enquanto pessoas com cabelos normais ou oleosos a cada 2 ou 3 dias. 

Não desista! Comece lavando o cabelo dia sim, dia não, se preciso use uma faixa ou turbante para ajudar a disfarçar a oleosidade e depois aumente a pausa de limpeza. 

Se você já se adaptou ao shampoo sólido natural e quer lavar o cabelo todos os dias, ok! O espaçamento pode ser também uma questão de economia para sua preciosa barrinha durar mais. No final do texto tem dicas para aumentar a durabilidade.

Principais problemas na transição 

1. Cabelo muito oleoso, socorro! Calma, vai passar, dê tempo para suas glândulas sebáceas se auto regularem. Espace as lavagens, isso vai ser essencial para acelerar a regulação do óleo no couro cabeludo.

2. Cabelo pesado – hummm.. isso acontece por dois motivos:

Primeiro pode ser o tipo do shampoo sólido, se você tiver um cabelo oleoso não tem como usar um shampoo para cabelos secos, então fique atento à fórmula e peça orientações ao produtores. Segundo, resíduos grudados e acumulados de silicone outros derivados de petróleo sintéticos nos fios. Neste caso, é muito importante que, se você usa um condicionador, escolher um natural sem estes ingredientes, caso contrário o efeito cumulativo só vai piorar. Lembra que falei lá em cima que o shampoos naturais não conseguem remover estes químicos do cabelo? Vale apena fazer um “detox” com bicarbonato e vinagre para acelerar o processo (já vou ensinar abaixo).

3. Cabelo embaraçado, fios colados, com sensação de melado ou sem movimento

Se esta sensação está somente nas pontas ou abaixo da raiz  você precisa usar um condicionador / rinse natural que pode ser em barra ou liquido (também natural) ou mesmo um enxágue vinagre de maçã com água. Se está também na raiz, somente o vinagre já deve resolver, neste segundo caso aplique no cabelo inteiro. Lá no fim do post tem a receita.

Porque o vinagre no cabelo?

Este lindo é um coringa e a explicação para ele deixar os cabelos brilhantes e soltinhos é bem simples. Quando o shampoo entra em contato com cabelo ele abre as cutículas ou fibras do fio, deixando ele limpinho e exposto. Já o vinagre é um ácido leve, que em contato com o cabelo faz com que as cutículas do cabelo fechem e fiquem lisinhas. Por isso o cabelo fica soltinho e brilhante. A função do vinagra é regular o ph após a lavagem.

Porque condicionador no cabelo?

A mesma lógica do equilíbrio de ph se aplica aos condicionadores e cremes. Óleos são ácidos graxos, que fecham e selam as cutículas do cabelo, mas além de ter esse efeito são ricos em vitaminas e nutrientes que também vão alimentar e nutrir os fios.   

Transições ecológicas no banho: como se adaptar ao shampoo sólido?

 

Eu, desfilando com minhas criações.

Condições especiais

Frizz

E aqueles cabelinhos arrepiados em cima do cabelo?  Primeiro quer dizer que isso de não ter cabelo arrepiado é mais uma forma de controle do sistema em nossos corpos e cabelos. Mas se isso te incomoda muito será imprescindível o uso ou de um condicionador ou do enxágue com vinagre. Lavar o cabelo com menos frequência também ajuda muito. Cabelos cacheados podem usar ambas as práticas, primeiro um enxague com vinagre e depois um condicionador para finalizar.

Cabelos Grisalhos

A primeira coisa que você precisa saber é que o cabelo branco é mais seco pois tem menos nutrientes ao longo do fio. Esses nutrientes é que fazem a cutícula do cabelo ficar mais fechadinha. Então só um enxague com vinagre não vai resolver. Se seu cabelo é grisalho ou branco faça máscaras de nutrição pelo menos duas vezes ao mês com óleo de coco, por exemplo, e use sempre um condicionador natural no comprimento até as pontas após a lavagem com shampoo. Lembrando que você deve dar preferência a shampoos sem pigmentos minerais pois eles podem manchar o cabelo.

Cabelos com química

Se seu cabelo tem química e/ou foi descolorido com certeza perdeu nutrientes no processo e você vai se encaixar na mesma condição dos cabelos grisalhos, vale ler acima. Acontece que muitas vezes que tem química acaba tendo um cabelo misto, mais difícil de cuidar, como os de raiz oleosa e pontas secas. Se este é o teu caso, ajuda muito realizar uma limpeza profunda só na rais uma vez ao mês diluindo um pedacinho do shampoo em barra em água morna e com a ajuda de um pedaço de pano ou gaze ir esfregando somente a raiz. Máscaras com óleos vegetais a cada 15 dias e condicionador natural nas pontas sempre após a lavagem.

Dicas para durabilidade da sua barrinha de shampoo

  • Corte sua barrinha ao meio e use um pedaço cada vez, principalmente se você tem crianças (que deixam eles jogados no box muitas vezes)
  • Se você costuma usar seu shampoo como sabonete experimente não esfregar a barrinha no corpo e sim fazer a espuma na mão e passar nos locais a espuma prontinha, dessa forma não vai indo tudo ralo abaixo.
  • Use uma saboneteira drenada (que não acumula água) e deixe longe do alcance da água do chuveiro.
  • Reavalie a necessidade de lavar o corpo inteiro se ele realmente não está sujo. Como assim? O ideal seria não ficar esfregando o sabonete no corpo inteiro sem medo do fim, removendo a oleosidade natural que protege a pele. As partes que realmente precisam ser lavadas – as que acumulam mais cheiro, são as áreas com pelos. O restante do corpo limpa fácil somente com água. Fica a dica. 

Como fazer o “detox” no cabelo com bicarbonato e vinagre?

Esse detox além de ajudar a remover os resíduos de produtos sintéticos acumulados vai ajudar a remover a oleosidade e tratar a caspa. Fácil e simples, bora lá?

Ingredientes:

  • 1 colher de sopa bicarbonato de sódio,
  • 2 colheres de sopa de vinagre de maçã orgânico,
  • 150ml + 150ml de água (dois copos)
  • 3-5 gotas de óleo essencial de sua preferência (opcional),
  • Borrifador ou gaze/paninho de algodão.

Mãos à obra:

  1. Misture bem até diluir o bicarbonato em 1 copo (150ml) de água. Facilita muito utilizar um borrifador para aplicar a mistura, senão pode usar gaze ou um pedaço de pano e ir aplicando aos poucos. Se sua intensão é apenas reduzir a oleosidade, aplique somente na raiz mas se queres remover resíduos cosméticos aplique no cabelo inteiro. Use todo o preparado em apenas uma aplicação e massageie bem o couro cabeludo. 
  2. Deixe agir por 1 minuto e depois remova com muita água, até sair tudinho. Pronto, seu cabelo está limpo mas a cutícula está aberta, por isso o próximo passo do vinagre é indispensável.
  3. Limpe bem o borrifador e misture o vinagre com a água e o óleo essencial se decidir usar. O óleo essencial ajuda a melhorar o cheiro, pois muita gente não gosta do vinagre. Use tudinho também. 
  4. Pronto! Agora é só enxaguar.

Muito importante: a lavagem constante do cabelo com bicarbonado e vinagre por causar danos aos fios, deixando-os frágeis. Lá em cima eu expliquei que o sabão abre a cutícula do cabelo e o vinagre fecha. O processo com o bicarbonato é parecido só que bem mais intenso, por isso ele consegue remover resíduos sintéticos impregnados nos fios. Então não assuma o detox como sua rotina diária ou mesmo semanal combinado?  

Tempo entre um detox e outro: 30-40 dias no mínimo.

 

Onde comprar Shampoo em Barra e Condicionadores?

Nós somos fabricantes desde 2010 de shampoos e sabonetes, e nos útimos anos também de condicionadores. Produzimos em pequenos lotes, com óleos essenciais puros e ingredientes orgânicos.

Você pode comprar shampoos em nossa loja virtual www.yamuna.com.br ou clique aqui.

Pra finalizar este texto, faço um convite à reflexão:

De acordo com a Fundo Mundial para a Natureza, no último dia 22 de agosto de 2020, o nossa casa-nave-mãe-planeta chegou na data limite da sobrecarga para este ano de 2020, mas o que significa isso na prática?

Bom, imagine que você precisa cozinhar para 10 pessoas, mas juntando tudinho que você tem em casa na geladeira, na despensa e na caixa d’água só tem o suficiente para preparar alimento para 7 pessoas.

Em escala global, nós enquanto humanidade consumimos em 8 meses 100% dos recursos que a terra tem capacidade para produzir e regenerar no período de 12 meses. Esse relógio é responsabilidade de todos nós.

O maior poder de parar isso é revendo nossos hábitos de consumo e reduzindo fortemente o lixo. Nosso poder está na escolha, pois nossa escolha gera impacto ambiental. Por isso é tão necessário que todos iniciemos o quanto antes nossas transições ecológicas, em tudo que consumimos.

Ghee vegetal: Não é ghee de verdade e nem sempre é do bem

ghee vegetal não existe e nem sempre é do bem

Tenho recebido muitas perguntas sobre o “ghee vegetal”, então decidi escrever este texto sobre o assunto. Informação liberta! E para escolher que alimento ou produto colocar na sua mesa é preciso primeiro conhecer as diferenças entre o ghee verdadeiro e o ghee vegetal. Vamos lá?

ghee não é uma gordura de origem vegetal – ele vem da manteiga da vaca. É um alimento ancestral utilizados pelo nossos antepassados a milhares de anos. Quando o Yoga chegou no ocidente junto com a Medicina Tradicional Ayurvédica passou a ser conhecido, estudado e consumido primeiro pelos Yogis e depois pela galera interessada em alimentação vegetariana e culinária saudável. Mas foram nos últimos cinco anos, que a manteiga ghee, acompanhada de dezenas de pesquisas na área da nutrição caiu nas graças dos nutricionistas, esportistas e simpatizantes das dietas “Paleo” e “Low Carb”. Graças a estudos lindos, acordamos e descobrimos que as “histórias da carochinha” contadas pela grande indústria alimentícia sobre gorduras saturadas – de origem vegetal ou animal, eram uma grande jogada de marketing para empurrar gordura hidrogenada junto com o fator trans goela abaixo da população mundial. Por aqui eu já adianto que esta onda de “ghee vegetal” está no pacote do oportunismo da nova onda do momento. Quer saber mais sobre este assunto? Nas referências deste texto você encontra alguns links de estudo sobre o perigo gordura trans.

Está bem, mas e o ghee vegetal?

Calma! Antes de começar a falar da composição do “ghee vegetal” quero dizer que ghee vegetal” não existe. Não, não existe! Assim como não existe carne vegetal nem leite de cereais, nem mel vegetal. Quem inventa estes nomes para aproveitar o mercado de consumo de produtos do bem deveria ser no mínimo mais criativo, não acha? O mais adequado seria chamar “ghee vegetal” de creme vegetal sabor artificial de manteiga. Este é o mercado desleal com o consumidor e não vou nem entrar na discussão sobre apropriação cultural, por isso te convido a um breve momento há 10 mil anos atrás, para as origens do ghee:

A palavra “ghee” é  hindú e sagrada. Vem do sânscrito:  गोघृत, go-ghṛta e tem muitos significados, entre eles: ouro líquido, néctar, elixir da vida, etc.  É ainda sinônimo de amrita, o néctar da imortalidade.

Nos Vedas, livros sagrados da cultura e sistema de medicina hindu, quando finalmente não se tem mais palavras para descrever o tamanho da sacralidade e auspiciosidade de algum Deus, situação ou qualidade divina, usa-se  a palavra ghee.  Detalhe: os vedas datam de pelo menos 5 mil anos em que foram escritos além de outros 5 mil anos anteriores passados pela tradição oral. Em 10 mil anos de tradição não existe uma única citação nos Vedas falando de “gordura de palma” quanto mais “ghee de palma” ou ghee feito de algum óleo vegetal. O ghee é essencialmente obtido do leite de vacas, sagradas na Índia. 

Na Índia, misturar ghee de verdade e puro com outra gordura vegetal ou animal é um insulto e considerado crime, tem links falando sobre isso no final do artigo.

Agora, vamos entender melhor:

O “ghee vegetal” é gordura de palma com aromatizante “sabor manteiga” e urucum ou outro pigmento alimentício amarelinho. É um produto alimentício a base de palma. Eu chamo de produto alimentício pois não existe uso tradicional documentado sobre o uso da gordura de palma refinado na alimentação de povos ancestrais, somente do uso do dendê que é lindo, da cor do fogo, quase um raio de sol. A palma processada é mais usada para a fabricação de sabão pelos povos africanos, não para alimentação. A gordura de palma é óleo de dendê refinado, sabia?

E de onde vem a gordura de palma para o ghee vegetal? 

A gordura de palma é um óleo obtido do fruto dendezeiro Elaeis guineenses. Primeiro é dendê e depois vira aquela gordura branca  chamada de “shortening” pela indústria. É inodora e sem sabor devido a um processo de refino por solventes, que pode ser de origem natural: realizada com ácido cítrico ou sintético/químico, feito com soda cáustica. Isto vai depender da procedência desta gordura e dos processos utilizados pela fábrica. Refinar = retirar= menos.

Mas a palma faz bem para a saúde? É um óleo do bem?

Sim e não. Eu explico. A gordura de palma, é uma gordura com ótima estabilidade oxidativa para cozinhar, por exemplo, assim como o ghee e o óleo de coco é rica em gorduras saturadas de cadeia curta e média, gorduras do bem sim! Sugiro que leia os artigos referenciados para aprofundar neste assunto (ver referencias 1.5, 1.6 e 1.7).  A gordura de palma tem uma composição rica em ácidos graxos essenciais, mas devido aos processos de refino acaba perdendo muito de seus micronutrientes. Quanto à composição, ela tenta se aproximar do óleo de coco e da manteiga ghee mas não consegue chegar lá com relação às vitaminas, ácidos conjugados entre outros micro nutrientes que estavam no dendê antes do refino. Você pode inclusive pesquisar a diferença entre o “red palm oil” e o “palm oil” e constatar os incríveis benefícios da palma não refinada ou dendê e entender essa grande diferença da gordura de palma branquinha e sem graça que não consegue nem ser ghee, nem ser dendê (2.2 e 2.3). O quadro abaixo é bem simples, não traz números mas já dá uma noção para esta comparação. Há também uma tabela completíssima da composição de ácidos graxos do ghee que fabricamos aqui.

Substância Manteiga Ghee Óleo de palma
Ácido butírico Contém Não contém
Ácido Linoleico Conjugado CLA Contém Não contém
Ácido Láurico Contém Contém
Ácido Merístico Contém Contém
Ácido Palmítico Contém Contém
Ácido Esteárico Contém Contém
Ácido Oleico (ômega 9) Contém Contém
Ácido Linoleico (ômega 6) Contém Contém
Ácido Linolênico (ômega 3) Contém Contém
Vitaminas A, D, E e K Contém Traços

E de onde vem a gordura de palma?

Agora nós vamos chegar no X, Y e Z da questão sobre o óleo de palma. Não é porque a palma é uma gordura do bem para o corpo que ela é do bem para o planeta, nossa casa, nossa sagrada mãe terra. Vamos ao fatos:

– 85% da gordura de palma produzida no mundo vem da Indonésia e da Malásia, em sua chocante maioria, fruto de trabalho escravo. Estima-se 3,5 milhões de trabalhadores sofrem abuso e violência nos campos da palma: homens, mulheres e crianças.

– 15% de toda biodiversidade do planeta estão nas matas da Indonésia entre animais e plantas e grande parte da população depende das matas para viver.

– Desde 1960 mais da metade das matas da Indonésia foram destruídas e queimadas para virar plantação de dendezeiros para obtenção de palma para indústria alimentícia. Os povos nativo/indígenas foram expulsos de suas terras e animais como tigres e orangotangos ficaram sem casa ou queimados vivos no processo.

– Atualmente, as plantações de dendezeiros já cobrem mais que 27 milhões de hectares em todo o mundo. Numa área do tamanho de toda a Nova Zelândia, as pessoas e os animais já tiveram que dar lugar aos “desertos verdes”.

No final deste texto, você encontra muitos links para vídeos feitos pelo Green Peace entre outras inciativas e páginas falando do grande problema mundial que é a produção de gordura de palma hoje.

  “Ghee vegetal” feito com gordura de palma sem certificação NÃO é Vegan, nem é ghee.

 

Manteiga é saudável? Porque manteiga é melhor?

Pesquisas apontam todos os benefícios deste alimento tradicional. Confira se a manteiga é mesmo saudável!

The wise traditions in food, farm and healing artsThe Weston A. Price Foundation

Tradução de Zeldi Akerman, Rio de Janeiro, 07/01/2008

(O artigo é de 2008, mas continua super atual! Vale a pena a leitura e vale apena visitar o site que possui vários outras publicações incríveis sobre dietas tradicionais/ancestrais)

Quando os representantes da indústria de alimentos com aditivos e os defensores da agroindústria alimentar perceberam ser impossível frear o interesse crescente do povo americano por nutrição e alimentos saudáveis, sentiram-se ameaçados de perder – a longo prazo – seu monopólio, um dos maiores dos Estados Unidos. Conseguiram então, de forma sinistra, infiltrar-se no movimento popular, para desvirtuar a informação passada ao grande público.

Afirmar que as gorduras naturalmente saturadas, de origem animal, eram a causa das doenças cardíacas contemporâneas e do flagelo do câncer, foi o carro-chefe dessa campanha de desinformação. A manteiga serviu de saco de pancadas para o ataque e foi acusada de crimes terríveis. Os Dictocratas da Dieta nos disseram ser preferível usar a margarina polinsaturada – conselho esse seguido pela maioria dos americanos. A manteiga simplesmente desapareceu de nossas mesas, rejeitada como malfeitora.

Tal fato poderia surpreender muitas pessoas mundo afora, pois há milênios a manteiga tem sido apreciada por suas propriedades de dar sustento à vida. Quando o Dr. Weston Price estudou as dietas primitivas, nos anos 1930, constatou ser a manteiga um dos alicerces da alimentação de muitos povos extremamente sadios.1

Sobre os altares das igrejas, os habitantes de vilarejos isolados da Suíça colocavam uma tigela com manteiga, munida de um pavio; essa manteiga queimava durante o ano inteiro, como um sinal do seu espírito divino. As populações árabes também davam grande valor à manteiga e, em especial, àquela de profunda cor amarelo-alaranjada, produzida pelos rebanhos que pastavam o capim verde da primavera e do outono.

A sabedoria popular americana reconhecia que as crianças criadas com manteiga eram robustas e resistentes, enquanto as alimentadas com leite desnatado, durante seus anos de crescimento, eram pálidas, magras e tinham o rosto minguado. 2

Será que a manteiga causa doença? Pelo contrário, a manteiga é saudável e nos protege contra muitas doenças.

Manteiga é saudável? Porque manteiga é melhor?

MANTEIGA E DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Doenças do coração eram raras nos Estados Unidos no final do século XIX. Entre 1920 e 1960 a incidência da doença cardíaca cresceu vertiginosamente, até se tornar a assassina número um da América. No mesmo período, o consumo de manteiga despencou de dezoito para quatro libras [ 8,16 para 1,81 kg ] – por pessoa, ao ano. Não é preciso ser doutor em Estatística para concluir não ser a manteiga a causa dessas enfermidades.

Na realidade, a manteiga contem muitos nutrientes que nos protegem das doenças cardíacas. Entre todos, a vitamina A deve ser destacada, pois é necessária para a saúde das glândulas tireóide e supra-renais, que desempenham um papel importante no funcionamento do coração e do sistema cardiovascular. Anormalidades do coração e dos vasos sanguíneos são observadas em bebês nascidos de mães com deficiência de vitamina A.

A manteiga é a melhor fonte de vitamina A, e a de mais fácil absorção, que podemos encontrar na América. Contém lecitina, uma substância necessária para a perfeita assimilação e para o metabolismo do colesterol e dos outros componentes das gorduras. Contem ainda muitos antioxidantes, protetores contra os danos causados pelos radicais livres que enfraquecem as artérias; na manteiga encontramos a vitamina A e a vitamina E, de poderosa função antioxidante.

A manteiga é saudável, sendo uma fonte muito rica de selênio, um antioxidante vital. E contém, por grama, mais selênio do que o germe de trigo e o arenque.

Este superalimento é também uma boa fonte alimentar de colesterol. O quê?? O colesterol é antioxidante?? Sim, senhor. Colesterol é um potente antioxidante, vertido no sangue quando ingerimos demasiados radicais livres – em geral, provenientes das gorduras estragadas e rançosas encontradas nas margarinas e nos óleos vegetais altamente processados.3

Segundo um resumo do “Medical Research Council” [Conselho Médico de Pesquisa] as pessoas que comem manteiga correm menos risco de sofrer de doença cardíaca do que aquelas que consomem margarina.4

MANTEIGA E CÂNCER

As pesquisas dos anos 1940 indicaram que o consumo crescente de gorduras causava câncer.5 Assim, o abandono da manteiga se acelerou. A margarina – até então considerada um alimento para pobres, foi aceita pelas classes mais prósperas, pela “gente bem”.

Mas houve um pequeno problema na forma de se apresentar essa pesquisa ao público. A imprensa esqueceu de sublinhar que as gorduras saturadas, usadas nessas experiências, não eram gorduras naturalmente saturadas, mas sim gorduras parcialmente hidrogenadas ou endurecidas, muito encontradas na margarina, não na manteiga .

Os pesquisadores afirmaram – e podem até ter acreditado nisso – não haver diferença entre as gorduras naturalmente saturadas da manteiga e aquelas endurecidas artificialmente, encontradas na margarina, óleos e outras gorduras artificiais.

Assim, a manteiga foi pichada com o pincel negro dos fabricantes de gordura artificial que, ainda por cima, conseguiram passar de bandidos a heróis.

Na verdade, muitas das gorduras saturadas da manteiga possuem fortes propriedades anticancerígenas. A manteiga é rica em cadeias curtas e médias de ácidos graxos de poderosos efeitos antitumorais.6 A manteiga também contem ácido linoleico conjugado, uma excelente proteção contra o câncer.7

A vitamina A e os antioxidantes da manteiga – vitamina E, selênio e colesterol – protegem tanto contra o câncer quanto contra as doenças do coração.

MANTEIGA E O SISTEMA IMUNOLÓGICO

A vitamina A encontrada na manteiga é essencial para um sistema imunológico sadio. Suas cadeias curtas e médias de ácidos graxos também fortalecem nosso sistema imunológico.

Mas as gorduras hidrogenadas e o excesso de ácidos graxos de cadeia longa, encontrados nos óleos polinsaturados e em muitos dos substitutos para a manteiga, têm um efeito nocivo sobre o sistema imunológico.8

MANTEIGA E ARTRITE

Somente na manteiga podemos encontrar o nutriente conhecido como fator Wulzen ou fator “anti-rigidez”.

A pesquisadora holandesa Rosalind Wulzen descobriu que esse fator protege contra a calcificação das articulações – artrite degenerativa – e contra o endurecimento das artérias, a catarata e a calcificação da glândula pineal.9

Infelizmente porém, essa substância vital é destruída durante a pasteurização. Bezerros alimentados com leite pasteurizado, ou desnatado, desenvolvem enrijecimento das articulações e distúrbios de crescimento. Todos esses sintomas são revertidos quando gorduras cruas de manteiga proveniente do leite cru, não-pasteurizado, são acrescentadas à sua alimentação.

MANTEIGA E OSTEOPOROSE

Manteiga é saudável até nos ossos? Sim! As vitaminas A e D da manteiga são essenciais para a absorção do cálcio e, portanto, necessárias para termos ossos e dentes sólidos.

O flagelo da osteoporose nas nações ocidentais, tão apreciadoras de leite, pode ser atribuído ao fato de as pessoas, em sua grande maioria, pensarem ser o leite desnatado melhor para a saúde do que o integral. A manteiga também protege contra as cáries dentárias.10

MANTEIGA E A GLÂNDULA TIREÓIDE

A manteiga é uma valiosa fonte de iodo, de assimilação fácil. O consumo de manteiga previne o bócio nas regiões montanhosas, onde as pessoas não dispõem de alimentos de origem marinha.

Além do mais, a vitamina A da manteiga é essencial para o funcionamento correto da glândula tireóide.11

MANTEIGA E A SAÚDE GASTROINTESTINAL

A gordura da manteiga contem glicoesfingolipídeos, uma categoria, especial de ácidos graxos, que protegem contra as infecções gastrointestinais, sobretudo nas crianças e nos idosos. Por essa razão, as crianças que bebem leite desnatado sofrem de diarréia em proporções de três a cinco vezes maiores do que aquelas que bebem leite integral.12

O colesterol da gordura da manteiga promove a saúde da parede intestinal e protege contra o câncer do cólon.13

Os ácidos graxos de cadeia curta e média encontrados na manteiga protegem contra os microorganismos patogênicos e possuem um poderoso efeito antifungicida.14 A manteiga, portanto, pode exercer um papel importante no tratamento da candidíase.

MANTEIGA É SAUDÁVEL EM RELAÇÃO A OBESIDADE

A noção de que a manteiga provoca ganho de peso é um triste engano. As cadeias curtas e médias de ácidos graxos da manteiga não ficam armazenadas no tecido adiposo humano, mas são usadas para produzir energia rapidamente.

O tecido gorduroso humano é composto, principalmente, por cadeias longas de ácidos graxos,15que se originam no consumo do óleo de oliva, dos óleos polinsaturados [como os de girassol, milho, soja, canola, algodão ] e dos carboidratos refinados [ tais como açúcar, farinha e arroz branco].

Por ser rica em nutrientes, a manteiga proporciona uma sensação de saciedade ao ser consumida.

Será que o desejo irresistível e a compulsão de comer – resultantes do consumo de margarina e dos outros substitutos da manteiga – ocorrem por esses produtos, altamente manipulados, não darem ao corpo o que ele realmente necessita?

MANTEIGA PARA CRESCER E DESENVOLVER-SE

Muitos fatores presentes na manteiga asseguram um crescimento máximo para as crianças; a vitamina A se destaca entre todos. Os indivíduos cujas mães não consumiram vitamina A suficiente, durante a gestação, tendem a ter rostos e esqueletos estreitos, maxilares pequenos e dentes acavalados.16 Carência extrema dessa vitamina resulta em cegueira, problemas do esqueleto e outros defeitos de nascença.17

Os indivíduos que receberam uma quantidade apropriada de vitamina A, desde o momento da concepção, possuem rostos largos e atraentes, dentes fortes e alinhados e uma excelente estrutura óssea. A vitamina A também desempenha um papel importante no desenvolvimento das características sexuais.

Os bezerros alimentados com substitutos da manteiga adoecem e morrem antes de atingir a maturidade.18

O fator X, descoberto pelo Dr Weston Price, é também essencial para um crescimento perfeito. E só está presente na gordura da manteiga de vacas que pastam capim verde.19

O colesterol encontrado na manteiga tem um papel importante no desenvolvimento do cérebro e do sistema nervoso.20 O leite materno é rico em colesterol e contém acima de 50% [cinqüenta por cento] de suas calorias sob forma de matérias gordurosas.

As dietas com baixo teor de gordura têm sido vinculadas a falhas no desenvolvimento de crianças.21No entanto, dietas com baixo teor de gordura são frequentemente recomendadas aos jovens!

Para se desenvolverem bem, as crianças precisam dos muitos fatores benéficos presentes na manteiga e nas outras gorduras de origem animal.

Não é mais segredo serem a margarina – que os americanos vêm passando no pão – e as gorduras hidrogenadas – presentes nos alimentos industrializados, como biscoitos e bolachas – os principais culpados pela epidemia atual de câncer e de doenças do coração.22

Mas os especialistas em nutrição, que publicam na grande mídia, continuam a denegrir a manteiga, recomendando para substituí-la o uso de pastas cremosas fajutas.23 Essas pastas podem não conter gorduras hidrogenadas, mas são compostas por óleos vegetais rançosos, altamente processados, por isolatos de proteína de soja e por um batalhão de aditivos químicos.

Um livro, “Butter Busters [“Os Extermindores da Manteiga”], está na moda e promove um produto – chamado “butter buds”, composto de maltodextrina , um carboidrato derivado do milho – e também outros produtos altamente processados, com teores de gordura supostamente baixos.

Quem realmente se beneficia com a guerra da propaganda contra a manteiga? Nessa lista bem longa se inclui a medicina clássica, os hospitais, a indústria farmacêutica e a indústria de processamento de alimentos.

Mas a beneficiada número um é a agroindústria de alimentos – e os cartéis que compram seus produtos: principalmente o algodão, o milho e a soja . Essas são as três maiores safras da América, exploradas no sistema de monocultura, em grandes fazendas, que exigem o uso de fertilizantes e pesticidas artificiais.

A soja, o algodão e o milho servem para fazer margarina e os tais cremes de última geração. Com a finalidade de tornar esses produtos atraentes para o consumidor de classe alta, os processadores de alimentos e os donos dos agronegócios se empenham em promovê-los como alimentos saudáveis. Nós seremos uns tolos se acreditarmos nisso!

MANTEIGA E A PROPRIEDADE RURAL FAMILIAR

Por outro lado, um país que consome manteiga é um país que sustenta a agricultura familiar. Se os americanos quiserem pagar um preço justo pelo creme e pela manteiga de alta qualidade – produzidos por vacas criadas em pastos naturais -, qualquer dono de fazenda, de pequeno ou médio porte poderá auferir lucros financeiros suficientes, graças a umas poucas vacas Jersey ou Guernsey.

Para dar suficiente pasto verde ao gado, os criadores terão necessidade de fazer o rodízio das plantações. Assim, permitirão que parte de suas terras se beneficie de um período de descanso e poderão tirar proveito, também, do adubo de alta qualidade produzido pelo gado.

Desse modo, os campos produzirão vegetais e grãos de alta qualidade, em estações sucessivas. Não haverá necessidade de utilizar fertilizantes com nitrogênio e o uso de pesticidas será diminuído.

Galinhas a correr soltas pelo terreiro, alimentando-se dos insetos abundantes nos currais, produzirão ovos com soberbas qualidades nutritivas – que literalmente vão esbanjar vitamina A e outros ácidos gordurosos, altamente benéficos.

Se vocês quiserem que a América volte a ser uma nação de fazendeiros prósperos, na melhor tradição jeffersoniana , comprem manteiga e creme de leite orgânicos, leite e iogurte integrais e ovos caipiras. Esses produtos trazem lucros bons e merecidos ao pequeno produtor rural e não concentram o poder na mão dos conglomerados.

Os grupos étnicos que não consomem manteiga obtêm os mesmos nutrientes ao comerem insetos, entranhas de animais, ovas de peixe e gordura de animais marinhos; alimentos que a maioria de nós considera repulsivos. Para o povo americano – que não se alimenta de insetos, nem de gordura de baleia. A MANTEIGA NÃO É SIMPLESMENTE MELHOR: A MANTEIGA É SAUDÁVEL E INDISPENSÁVEL.

Notas

  1. Price, Weston, DDS, Nutrition and Physical Degeneration [Nutrição e Degeneração Física], 1945, Price Pottenger Nutrition Foundation, Inc., La Mesa, California.
  2. A passagem de “Neighbor Rosicky ” [“Vizinho Rosicky”], da escritora americana Willa Cather” é representativa das tradições folclóricas americanas relacionadas à manteiga: [Os Rosickys] tinham entrado em acordo para não se apressarem na vida, para não serem mesquinhos, nem estarem sempre poupando. Eles observavam, sem inveja, seus vizinhos comprarem mais terras e alimentarem mais gado do que eles faziam. Certa vez, quando o representante da leiteria visitou os Rosickys para convencê-los a lhe vender o seu creme de leite, ele lhes contou quanto os Fasslers- seus vizinhos mais próximos – haviam lucrado com a venda do seu creme, no ano anterior. ” Sim” , disse Mary, “e olhe para elas, as crianças dos Fasslers ! Pálidas, pobres coisinhas minguadas: elas parecem com o leite desnatado. Eu prefiro botar alguma cor no rosto das minhas crianças do que colocar dinheiro no banco.”
  3. Cranton, EM, MD and JP Frackelton, MD, Journal of Holistic Medicine, Spring/Summer 1984.
  4. Nutrition Week, Mar 22, 1991 21:12:2-3.
  5. Enig, Mary G, PhD, Nutrition Quarterly, 1993 Vol 17, No 4.
  6. Cohen, L A, et al, J Natl Cancer Inst 1986 77:43.
  7. Belury, MA, Nutrition Reviews, April 1995 53:(4) 83-89.
  8. Cohen, op cit.
  9. American Journal of Physical Medicine, 1941, 133; Physiological Zoology, 1935 8:457.
  10. Kabara, J J, The Pharmacological Effects of Lipids, J J Kabara, ed, The American Oil Chemists Society, Champaign, IL 1978 pp 1-14.
  11. Jennings, IW, Vitamins in Endocrine Metabolism, Charles C. Thomas Publisher, Springfield, Ill, pp 41-57.
  12. Koopman, JS, et al, American Journal of Public Health 1984 74(12):1371-1373.
  13. Addis, Paul, Food and Nutrition News, March/April 1990 62:2:7-10.
  14. Prasad, KN, Life Science, 1980, 27:1351-8; Gershon, Herman and Larry Shanks, Symposium on the Pharmacological Effect of Lipids, Jon J Kabara Ed, American Oil Chemists Society, Champaign, Illinois 1978 51-62.
  15. Levels of linoleic acid in adipose tissues reflect the amount of linoleic acid in the diet. Valero, et al Annals of Nutritional Metabolism, Nov/Dec 1990 34:6:323-327; Felton, CV et al, Lancet 1994 344:1195-96.
  16. Price, op cit.
  17. Jennings, op cit.
  18. DeCava, Judith, Journal of the National Academy of Research Biochemists, September 1988 1053-1059.
  19. Price, op cit.
  20. Allfin-Slater, R B and L Aftergood, “Lipids,” Modern Nutrition in Health and Disease, Chapter 5, 6th ed, R S Goodhart and M E Shils, eds, Lea and Febiger, Philadelphia 1980, p 131.
  21. Smith, MM, MNS RD and F Lifshitz, MD, Pediatrics, Mar 1994 93:3:438-443.
  22. Enig, op cit.
  23. “Diet Roulette,” The New York Times, May 20, 1994.

Sobre as Autoras

Sally Fallon

É autora de Nourishing Traditions: The Cookbook that Challenges Politically Correct Nutrition and the Diet Dictocrats Tradições Alimentares: O Livro de Cozinha que Desafia a Nutrição Politicamente Correta e os Dictocratas da Dieta (com Mary G. Enig, PhD).

Essa obra é um guia sobre alimentos tradicionais, bem pesquisado, instigante, com uma mensagem surpreendente: As gorduras animais e o colesterol não são vilões, mas fatores vitais na alimentação, necessários para o crescimento normal, para o funcionamento adequado do cérebro e do sistema nervoso, para a proteção contra as doenças e para a obtenção de níveis ótimos de energia. Ela uniu forças com a Dra Enig, mais uma vez, para escrever “Eat Fat Lose Fat” [“Coma Gordura e Perca Gordura”] e é a autora de numerosos artigos sobre dieta e saúde. Presidente da Fundação Weston A.Price. Fundadora da A Campaign for Real Milk, [Campanha para o Leite de Verdade], Sally é também jornalista, chefe de cozinha, pesquisadora em nutrição, dona de casa e ativista comunitária . Seus quatro filhos sadios foram criados com alimentos integrais, como manteiga, creme de leite, ovos e carne.

Mary G. Enig

É PhD, uma especialista de renome internacional no campo da bioquímica dos lipídeos, conduziu inúmeros estudos sobre os componentes e os efeitos dos ácidos gordurosos trans, nos Estados Unidos e em Israel. E tem desafiado as afirmações do governo de que a gordura alimentar de origem animal é causa de câncer e doenças cardíacas. O interesse recente dos meios científicos e da mídia pelos possíveis efeitos nocivos à saúde dos ácidos gordurosos trans, fez crescer a atenção prestada ao seu trabalho. Nutricionista profissional, formada pelo Certification Board for Nutrition Specialists e perita qualificada, dá consultoria em nutrição a particulares, indústrias e governos, estaduais e federal.

É editora contribuinte de inúmeras publicações científicas ,” Fellow of the American College of Nutrition , Presidente da “Maryland Nutritionists Association”. Autora de mais de 60 trabalhos especializados e de apresentações, além de conferencista apreciada, a Dra Enig está atualmente trabalhando no desenvolvimento de uma terapia auxiliar para a AIDS, através do uso de cadeias médias completas de ácidos gordurosos saturados, oriundos de alimentos integrais. Vice-Presidente da Fundação Weston A Price e Editora Científica da Wise Traditions [Tradições Sábias] , a autora de Know Your Fats: The Complete Primer for Understanding the Nutrition of Fats, Oils, and Cholestero [Conheça suas Gorduras: A Cartilha Completa para Compreender a Nutrição das Gorduras, dos Óleos e do Colesterol], Bethesda Press, May 2000, Mary Enig é mãe de três filhos sadios, criados com alimentos integrais, como manteiga, creme de leite, ovos e carne.

Copyright: © 1999 Sally Fallon and Mary G. Enig, PhD. All Rights Reserved. “Why Butter is Better” first appeared in Health Freedom News.

Tradução original disponível em https://www.westonaprice.org/pt-br/health-topics/porque-manteiga-e-melhor/

imagens: La Motte de beurre par Antoine Vollon.  

e Julian Merrow Smith,  ‘butter’ 

As verdades sobre as gorduras saturadas

 

Estudo explica as verdades sobre os tipos de gorduras e a digestão no nosso organismo

The Truth About Saturated Fat por Mary Enig, PhD* e Sally Fallon**

As gorduras de origem vegetal e animal propiciam uma fonte concentrada de energia na dieta alimentar. Elas também fornecem os elementos formadores das membranas das células, além de uma variedade de hormônios e substâncias assemelhadas. Quando fazem parte de uma refeição, as gorduras retardam a absorção, a fim de que possamos ficar mais tempo sem sentir fome. Além disso, elas funcionam como portadoras das importantes vitaminas A, D, E e K, que são solúveis em gordura (lipossolúveis). As gorduras são necessárias para converter caroteno em vitamina A, para absorção de minerais e para uma gama de outros processos.

A nutrição “politicamente correta” é baseada na suposição de que devemos reduzir a ingestão de gorduras, principalmente as saturadas e de origem animal. As gorduras de fonte animal também contêm colesterol, que é apresentado como um “vilão gêmeo” da dieta civilizada.

A hipótese lipídica

A teoria (chamada “hipótese lipídica”) de que há uma relação direta entre a quantidade de gordura e o colesterol da dieta alimentar na incidência de doenças cardiocoronárias foi proposta por um pesquisador chamado Ancel Keys, no final da década de 1950. Inúmeros estudos subsequentes têm questionado seus dados e suas conclusões. No entanto, os artigos de Keys receberam muito mais publicidade do que aqueles que apresentavam posições alternativas.

As indústrias de óleos vegetais e de processamento de alimentos, principais beneficiários de qualquer pesquisa que condene os alimentos tradicionais (seus concorrentes) passaram a promover e financiar mais pesquisas, concebidas para dar suporte à hipótese lipídica.

O mais conhecido defensor da dieta com pouca gordura foi Nathan Pritikin. Na verdade, Pritikin advogava a eliminação do açúcar, da farinha branca e de todos os alimentos processados da dieta alimentar, e recomendava o uso de alimentos crus e frescos, grãos integrais e um programa com exercícios físicos vigorosos. Mas foram os aspectos do seu regime com baixa gordura que receberam as maiores atenções da mídia. Seus seguidores achavam que tinham perdido peso e que seus níveis de colesterol no sangue, bem como a pressão sanguínea, haviam declinado.

O sucesso da dieta Pritikin deveu-se provavelmente a vários fatores que nada tinham a ver com a redução das gorduras na dieta. Só a perda de peso, por exemplo, já precipita uma redução nos níveis de colesterol do sangue. Mas Pritikin logo descobriu que a dieta sem gorduras apresentava muitos problemas, sendo um dos mais importantes o fato de que as pessoas simplesmente não conseguiam permanecer na sua dieta. Aqueles que tinham força de vontade suficiente para continuar sem ingerir gorduras por algum tempo, apresentavam vários problemas de saúde, inclusive falta de energia, dificuldade de concentração, depressão, aumento de peso, e deficiência de minerais.1

Pritikin pode ter salvo a si mesmo de doenças cardíacas, mas sua dieta com pouca gordura não o salvou do câncer. Ele morreu por suicídio, na flor da idade, quando se deu conta de que o seu regime espartano não estava curando a leucemia que ele tinha. Ninguém tem que morrer por doença cardíaca, por câncer, ou por seguir uma dieta que cause depressão.

Quando os problemas com seu regime sem gordura se tornaram aparentes, Pritikin introduziu uma pequena quantidade de gordura de origem vegetal em sua dieta, algo em torno de 10% da ingestão calórica total. Hoje, os “dietocratas” nos aconselham a limitar as gorduras a 25-30% da ingestão calórica, o que significa mais ou menos 70 gramas, ou 5 colheres de sopa por dia numa dieta de 2.400 calorias. Controlar cuidadosamente a ingestão de gorduras e evitar as gorduras animais, dizem eles, é o segredo para uma saúde perfeita.

A “prova” que dá suporte à hipótese lipídica

Esses “experts” nos asseguram que a hipótese lipídica está apoiada em prova científica incontestável. A maioria das pessoas ficaria surpresa ao saber que, na verdade, existe muito pouca evidência apoiando o argumento de que uma dieta com pouca gordura saturada e pouco colesterol realmente reduza as mortes por doenças cardíacas, ou que aumente, de uma forma ou de outra, o tempo de vida de alguém. Vamos analisar o seguinte:

Antes de 1920, as doenças cardiocoronárias eram raras na América. Tão raras que quando um jovem médico chamado Paul Dudley White apresentou o eletrocardiógrafo alemão aos seus colegas na Universidade de Harvard, eles o aconselharam a dedicar-se a um ramo da medicina que fosse mais lucrativo…

A nova máquina revelava a presença de obstruções arteriais, permitindo assim o diagnóstico precoce de doenças cardiocoronárias. Mas, naqueles tempos, artérias entupidas eram uma raridade médica e White teve que sair à procura de pacientes que pudessem se beneficiar da sua nova tecnologia. Durante os quarenta anos seguintes, no entanto, a incidência de doenças cardiocoronárias aumentou dramaticamente. Tanto, que em meados da década de 50 as doenças cardíacas eram a principal causa de morte entre os norte-americanos.

Hoje, as doenças cardíacas causam pelo menos 40% das mortes nos EUA. Se, como nos tem sido dito, as doenças cardíacas resultam do consumo de gorduras saturadas, era de se esperar que fosse encontrado um aumento correspondente de gordura animal na dieta dos norte-americanos. Mas, na realidade, ocorre o contrário – durante um período de 60 anos, de 1910 a 1970, a proporção de gordura animal convencional na dieta norte-americana declinou de 83% para 62%, e o consumo de manteiga despencou de 8 kg anuais por pessoa para 1,8 kg.

Durante os últimos 80 anos, a ingestão de colesterol via dieta alimentar aumentou apenas 1% (um por cento). Durante o mesmo período, o percentual de óleos vegetais via dieta, em forma de margarina, óleos refinados e para frituras, aumentou cerca de 400%, enquanto o consumo de açúcar e de alimentos processados aumentou aproximadamente 60%.2

Framingham Heart Study é frequentemente citado como prova da hipótese lipídica. Esse estudo começou em 1948 e contou com a participação de umas 6.000 pessoas da cidade de Framingham, em Massachusetts (EUA). Dois grupos foram comparados em intervalos de 5 anos – os que consumiam pouco colesterol e pouca gordura saturada e o grupo que consumia grandes quantidades. Após 40 anos, o diretor desse estudo teve que admitir:

“Em Framingham, quanto mais gordura saturada, mais colesterol e mais calorias alguém ingere, mais baixo é o nível de colesterol no sangue dessa pessoa. Constatamos que as pessoas que ingeriam mais colesterol, mais gordura saturada e mais calorias, eram os que pesavam menos e eram fisicamente mais ativos.” 3

Mas o estudo mostrou que aqueles que pesavam mais e tinham níveis de colesterol no sangue excepcionalmente elevados apresentavam um risco um pouco maior de futuros ataques cardíacos. Porém, ganho de peso e níveis de colesterol tiveram uma correlação inversa com a ingestão de gorduras e de colesterol na dieta alimentar.4

Num estudo britânico plurianual envolvendo milhares de homens, foi pedido que a metade deles reduzisse a gordura saturada e o colesterol em suas dietas, que parassem de fumar e aumentassem a quantia de gorduras insaturadas, como as margarinas, e de óleos vegetais. Após um ano, os que estavam na dieta “boa” tiveram 100% mais mortes do que os da dieta “ruim”, embora os homens na dieta “ruim” continuassem a fumar! Porém, ao descrever esse estudo, o autor ignorou esses resultados, em favor da conclusão politicamente correta: “As implicações para a política de saúde pública do Reino Unido são de que um programa preventivo, como esse que avaliamos nesta pesquisa, seria provavelmente eficaz…” 5

A Pesquisa do Fator de Intervenção de Múltiplo Riscos (MRFIT) nos EUA, patrocinada pelo Instituto Nacional do Coração, Pulmão e Sangue, comparou as taxas de mortalidade com os hábitos alimentares de mais de 12.000 homens. Aqueles com hábitos alimentares “bons” (pouca gordura saturada, pouco colesterol, fumantes leves, etc.) demonstraram uma redução marginal no total das doenças cardiocoronárias. Porém sua mortalidade geral, por outras causas, era mais alta.

Resultados semelhantes foram obtidos em diversos outros estudos. Os poucos estudos que indicam uma correlação entre redução de gorduras e decréscimo na mortalidade por doenças cardiocoronárias também apontam um aumento concomitante nas mortes por câncer, morte violenta, hemorragia cerebral e suicídio.6

Lipid Research Clinics Coronary Primary Prevention Trial (LRC-CPPT), que custou 150 milhões de dólares, é o estudo mais frequentemente citado pelos experts para justificar as dietas com pouca gordura. Na realidade, colesterol e gorduras saturadas via dieta alimentar não foram examinados nesse estudo, pois todos os participantes receberam uma dieta com pouco colesterol e pouca gordura saturada. Em vez disso, o estudo examinou os efeitos de um medicamento para baixar o colesterol. A análise estatística do estudo sugeriu uma redução de 24% nas taxas de doenças cardiocoronárias no grupo do medicamento, em comparação ao grupo do placebo. No entanto, as mortes por doenças não cardíacas no grupo do medicamento aumentaram – mortes por derrames, câncer, violência e suicídio.7

Até mesmo a conclusão que a diminuição do colesterol reduz doenças cardíacas é suspeita.

Pesquisadores independentes que tabularam os dados desse estudo não encontraram nenhuma diferença estatística significativa nas taxas de morte por doenças cardiocoronárias entre os dois grupos.8 Porém, a mídia popular e as publicações médicas elogiaram o LRC-CPPT como sendo a longamente esperada prova de que as gorduras animais são a causa das doenças cardíacas, a que mais mata nos EUA.

Estudos que desafiam a hipótese lipídica

Embora seja verdade que pesquisadores induziram doenças cardíacas em alguns animais através de doses extremamente elevadas de colesterol oxidado ou rançoso (quantidades dez vezes maiores que as encontradas na dieta humana normal), diversos estudos populacionais contradizem frontalmente a conexão colesterol/doença cardíaca.

Uma pesquisa de 1700 pacientes com endurecimento arterial, feita pelo famoso cirurgião cardíaco Michael DeBakey, não encontrou relação entre níveis de colesterol sanguíneo e incidência de aterosclerose.9

Outra pesquisa com adultos no estado norte-americano de Carolina do Sul não encontrou correlação entre os níveis de colesterol no sangue com hábitos dietéticos “ruins”, como o consumo de gorduras animais, manteiga, ovos, leite integral e queijos.10 E um levantamento feito pelo Conselho de Pesquisa Médica demonstrou que os homens que ingeriam manteiga corriam a metade do risco de desenvolver doenças cardíacas do que aqueles que usavam margarina.11

O leite materno contém uma proporção de colesterol mais alta que praticamente qualquer outro alimento. Ele também contém mais de 50% das suas calorias na forma de gordura, boa parte dela gordura saturada. Tanto o colesterol quanto a gordura saturada são essenciais para o crescimento de nenês e crianças, principalmente para o desenvolvimento do cérebro.12No entanto, a American Heart Association está atualmente recomendando uma dieta com pouca caloria e pouco colesterol para crianças! As fórmulas infantis comerciais contêm pouca gordura saturada e as fórmulas para mamadeiras à base de soja são totalmente destituídas de colesterol. Um estudo recente encontrou uma relação entre dietas com pouca gordura e a falta de desenvolvimento em crianças.13

Um grande número de pesquisas em populações tradicionais tem gerado informações embaraçosas para os “dietocratas”. Por exemplo, um estudo comparando judeus quando viviam no Iêmen, e cujas dietas continham gorduras somente de origem animal, com judeus iemenitas vivendo em Israel, cujas dietas continham margarinas e óleos vegetais, revelou pouca doenças cardíacas ou diabetes no primeiro grupo, porém altos níveis de ambas as doenças no último grupo.13 (O estudo também notou que os judeus iemenitas não consumiam açúcar, mas os de Israel consumiam açúcar em quantidades iguais a 25–30% da ingestão total de carboidratos.)

Uma comparação entre populações do norte e do sul da Índia revelou um padrão semelhante. As pessoas do norte consomem 17 vezes mais gordura animal, porém apresentam uma incidência de doenças cardiocoronárias sete vezes menor do que as pessoas do sul da Índia.15 Os massais e tribos congêneres da África subsistem basicamente à base de leite, sangue e carne de gado. Eles não têm doenças cardiocoronárias e apresentam excelentes níveis sanguíneos de colesterol.16

Os esquimós ingerem quantidades generosas de gordura animal, de peixes e animais marinhos. Em sua dieta alimentar nativa, eles estão livres de doenças e são incrivelmente fortes.17 Um extenso estudo sobre dieta alimentar e padrões de doenças na China revelou que a região onde a população consome grande quantidade de leite integral apresenta a metade das taxas de doenças cardíacas em relação a diversos distritos, nos quais apenas pequenas quantidades de produtos animais são consumidas.18

Diversas sociedades mediterrâneas apresentam baixos índices de doenças cardíacas, embora a gordura (incluindo gordura altamente saturada de ovelha, linguiça e queijo de cabra) constitua até 70% da sua ingestão de calorias. Os habitantes de Creta, por exemplo, são notáveis pela boa saúde e longevidade.19 Um estudo de porto-riquenhos revelou que, apesar de consumirem grandes quantidades de gordura animal, eles apresentam uma incidência muito baixa de câncer de cólon e da mama.20

Um estudo do povo longevo da Geórgia (na ex-União Soviética) revelou que aqueles que ingeriam os alimentos mais gordurosos eram os que viviam mais tempo.21 Em Okinawa, onde o tempo médio de vida das mulheres é 84 anos (maior que a média do Japão), os habitantes comem generosas porções de carne de porco e frutos do mar, e fazem todas as suas frituras com banha.22 Nenhum desses estudos é mencionado por aqueles que defendem restrições para as gorduras saturadas.

A saúde relativamente boa dos japoneses, que têm o maior tempo e vida dentre todas as nações do mundo, é geralmente atribuída a uma dieta alimentar com pouca gordura. Embora o japonês coma pouca gordura láctea, a ideia de que a sua dieta seja fraca em gorduras é um mito. Ao contrário, ela contém quantidades moderadas de gorduras animais de ovos, carne de porco, frango, carne de gado, frutos do mar e miúdos. Com sua preferência por moluscos, crustáceos e sopa de peixe, comidos diariamente, o japonês provavelmente consome mais colesterol que a maioria dos norte-americanos.

O que eles não consomem é muito óleo vegetal, farinha branca e alimentos processados (embora comam arroz branco). O tempo de vida dos japoneses aumentou, desde a Segunda Guerra, com um aumento de proteínas e gorduras animais em sua dieta.23 Aqueles que citam as estatísticas japonesas para promover a dieta da baixa gordura, deixam de mencionar que os suíços têm um tempo de vida quase igual ao dos japoneses e têm uma das dietas alimentares mais gordurosas do mundo. Empatados em terceiro lugar, em termos de longevidade, estão a Áustria e a Grécia, ambas com dietas de alta gordura.24

Como último exemplo, vamos considerar os franceses. Quem já comeu em diversos lugares da França deve ter observado que a dieta alimentar dos franceses é repleta de gorduras saturadas, em forma de manteiga, ovos, queijos, cremes, fígado, carnes e substanciosos patês. No entanto, os franceses apresentam taxas de doenças cardiocoronárias mais baixas que muitos outros países ocidentais.

Nos EUA, 315 de cada 100.000 homens de meia-idade morrem de ataque cardíaco todos os anos. Na França, essa taxa é de 145 por 100 mil. Na região da Gasconha, onde fígado de ganso e de pato são a dieta básica, essa taxa é admiravelmente baixa – 80 de cada 100 mil.25 Esse fenômeno recentemente ganhou destaque internacional como “paradoxo francês”. (Mas os franceses sofrem de muitas doenças degenerativas. Eles ingerem grande quantidade de açúcar e farinha branca e, nos últimos anos, sucumbiram à tentação dos alimentos processados, para economizar tempo).

Um coro de vozes organizadas, incluindo a American Cancer Society, o National Cancer Institute e o Comitê de Nutrição e Necessidades Humanas do Senado norte-americano, alega que a gordura animal está ligada não apenas a doenças cardíacas, mas também a vários tipos de câncer. No entanto, quando pesquisadores da Universidade de Maryland analisaram os dados que eles utilizaram para fazer essas alegações, descobriram que o consumo de gordura vegetal poli-insaturada (milho, soja, girassol, canola e hidrogenados) é que estava relacionado ao câncer, e não a gordura animal.26

Entendendo a química das gorduras

Claramente, algo está errado com as teorias que vemos na imprensa popular (e usadas para promover a venda de preparados com baixa gordura e alimentos sem colesterol). O conceito de que as gorduras saturadas, por si, causam doenças cardíacas e câncer, não é apenas superficial mas também totalmente errado. Mas é verdade que algumas gorduras são prejudiciais. Para entender quais são elas, precisamos primeiro ter algum conhecimento sobre a química das gorduras.

As gorduras (ou lipídios) pertencem a uma categoria de substâncias que não são solúveis em água. Em linguagem simples, os ácidos graxos são cadeias de átomos de carbono, nas quais átomos de hidrogênio preenchem as ligações disponíveis. A maior parte da gordura em nosso corpo e nos alimentos que ingerimos está na forma de triglicerídeos, isto é, três cadeias de ácidos graxos ligadas a uma molécula de glicerol.

Níveis elevados de triglicerídeos no sangue têm sido positivamente relacionados com predisposição a doenças cardíacas, mas esses triglicerídeos não provêm de gorduras da dieta alimentar. Eles são produzidos no fígado, a partir do excesso de açúcar não utilizado como energia. A fonte desse excesso de açúcar pode ser qualquer alimento que contenha carboidratos, especialmente açúcar refinado e farinha branca.

Classificação dos ácidos graxos pela saturação

Os ácidos graxos são classificados da seguinte forma:

Saturados

Um ácido graxo é “saturado” quando todas as ligações de carbono estão ocupadas por átomos de hidrogênio. Eles são altamente estáveis, pois todas as ligações dos átomos de carbono estão preenchidas (ou saturadas) por hidrogênio. Isso significa que eles normalmente não ficam rançosos, mesmo quando aquecidos para fins de cozimento. Eles têm formato reto e, por isso, encaixam-se facilmente uns nos outros, formando uma gordura sólida ou semi-sólida em temperatura ambiente. O nosso corpo produz ácidos graxos saturados a partir de carboidratos. Eles são também encontrados nas gorduras animais e nos óleos tropicais.

Monoinsaturados

Os ácidos graxos monoinsaturados apresentam uma ligação dupla, na forma de dois átomos de carbono duplamente ligados entre si e, portanto, faltam dois átomos de hidrogênio. O nosso organismo produz ácidos graxos monoinsaturados a partir dos ácidos graxos saturados e os utiliza de várias formas.

As gorduras monoinsaturadas têm uma dobra ou curvatura na posição da ligação dupla, de tal forma que elas não se encaixam tão facilmente umas nas outras como as saturadas e, portanto, tendem a ficar líquidas à temperatura ambiente. Assim como as gorduras saturadas, elas são relativamente estáveis. Elas não ficam rançosas facilmente e portanto podem ser utilizadas para cozimento. O ácido graxo comumente encontrado em nosso corpo é o ácido oleico, que é o principal componente do azeite de oliva, bem como dos óleos de amêndoa, da noz-pecã, do caju, do amendoim e do abacate.

Poli-insaturados

Os ácidos graxos poli-insaturados têm dois ou mais pares de ligações duplas. Portanto, faltam quatro ou mais átomos de hidrogênio. Os dois ácidos graxos poli-insaturados mais frequentemente encontrados em nossos alimentos são o ácido linoleico duplamente insaturado (com duas ligações duplas – também conhecido como ômega-6) e o ácido linolênico triplamente insaturado, contendo três ligações duplas – também chamado de ômega-3 (o número ômega indica a posição da primeira ligação dupla).

Nosso organismo não consegue produzir esses ácidos graxos. Por isso, eles são chamados de “essenciais”. Precisamos obter nossos ácidos graxos essenciais (ou EFA, em inglês) dos alimentos. Os ácidos graxos poli-insaturados têm uma dobra ou curvatura na posição da ligação dupla e por isso não se encaixam tão facilmente umas nas outras. Essas gorduras são líquidas, mesmo quando refrigeradas.

Os elétrons não emparelhados das ligações duplas tornam esses óleos altamente reativos. Eles ficam rançosos com facilidade, especialmente o ácido linolênico ômega-3, e precisam ser tratados com cuidado. Os óleos poli-insaturados nunca devem ser aquecidos ou usados para cozimento. Na natureza os ácidos graxos poli-insaturados são normalmente encontrados na forma cis, o que significa que ambos os átomos de hidrogênio da ligação dupla estão no mesmo lado.

Todas as gorduras e óleos, de origem animal ou vegetal, são algum tipo de combinação de ácidos graxos saturados, ácidos graxos monoinsaturados, ácidos linoleicos poli-insaturados e ácidos linolênicos. Em geral, gorduras animais como manteiga, banha e sebo, contêm cerca de 40 a 60% de gordura saturada e são sólidas à temperatura ambiente.

Óleos vegetais de climas do norte contêm uma preponderância de ácidos graxos poli-insaturados e são líquidos à temperatura ambiente. Os óleos vegetais dos trópicos são altamente saturados. A gordura de coco, por exemplo, é 92% saturada. Essas gorduras são líquidas nos trópicos, mas duras como manteiga em climas do norte. Os óleos vegetais são mais saturados nos climas quentes porque uma saturação mais elevada ajuda a manter a firmeza nas folhas das plantas. O azeite de oliva, com sua preponderância de ácido oleico, é produto de um clima temperado. Ele é líquido em temperaturas quentes, mas endurece quando refrigerado.

Classificação dos ácidos graxos pelo comprimento

Os pesquisadores não classificam os ácidos apenas pelo grau de saturação, mas também pelo comprimento.

Cadeias curtas

São ácidos graxos que têm de 4 a 6 átomos de carbono. Essas gorduras são sempre saturadas. O ácido butírico (de 4 carbonos) é encontrado principalmente na gordura da manteiga do leite de vaca. O ácido cáprico de 6 carbonos é encontrado principalmente na manteiga do leite de cabras. Esses ácidos graxos têm propriedades antimicrobianas, isto é, eles nos protegem contra vírus, levedos e bactérias patogênicas do intestino. Eles não precisam sofrer a ação dos sais biliares e são absorvidos diretamente, para geração rápida de energia. Por essa razão, são menos propensos a causar aumento de peso do que o azeite de oliva ou os óleos vegetais comerciais.27 Os ácidos graxos de cadeia curta também contribuem para a saúde do sistema imunológico.28

Cadeias médias

São ácidos graxos com 8 a 12 átomos de carbono, e são encontrados principalmente na manteiga e nos óleos tropicais. Assim com os ácidos graxos de cadeia curta, essas gorduras possuem propriedades antimicrobianas. São absorvidos diretamente, para produção rápida de energia, e contribuem para a saúde do sistema imunológico.

Cadeias longas

São os que têm de 14 a 18 átomos de carbono e podem ser saturados, monoinsaturados ou poli-insaturados. O esteárico é um ácido graxo saturado com 18 carbonos, encontrado principalmente na carne de gado e no sebo de ovelha. O ácido oleico é uma gordura monoinsaturada de 18 carbonos e é o principal componente do azeite de oliva.

Outro ácido graxo monoinsaturado e com 16 carbonos é o ácido palmitoleico, o qual possui fortes propriedades antimicrobianas. É encontrado quase que exclusivamente nas gorduras animais. Outro ácido graxo importante e de cadeia longa é o ácido gama-linolênico (GLA, em inglês), com 18 carbonos e três ligações duplas. É encontrado nos óleos da onagra (evening primrose), borago e groselha preta, além de altamente concentrado na Spirulina. Nosso organismo produz o GLA a partir do ácido linoleico ômega-6 e o utiliza na produção de substâncias chamadas prostaglandinas, hormônios de tecidos localizados e que regulam muitos processos no âmbito celular.

Ácidos graxos de cadeias muito longas possuem de 20 a 24 átomos de carbono. Eles tendem a ser altamente insaturados, com quatro, cinco ou seis ligações duplas. Algumas pessoas conseguem produzi-los a partir dos EFAs. Mas outras pessoas, especialmente aquelas cujos ancestrais comiam muito peixe, não possuem as enzimas necessárias para produzi-los. Esses tecnicamente precisariam obtê-los a partir de alimentos de origem animal, como carnes de órgãos, gema de ovos, manteiga e óleos de peixe. A opção, para os vegetarianos, seria obter o DHA e o EPA de extratos de algas específicos – ou seja, suplementos.

Os ácidos graxos de cadeias muito longas mais importantes são o ácido dihomo-gamalinolênico (DGLA, em inglês), com 20 carbonos e três ligações duplas, o ácido araquidônico (AA), com 20 carbonos e quatro ligações duplas, o ácido eicosanopentanóico (EPA), com 20 carbonos e cinco ligações duplas, e o ácido docosaexanóico (DHA), com 22 carbonos e seis ligações duplas. Todos esses, com exceção do DHA, são utilizados na produção de prostaglandinas. Além disso, os AA e o DHA desempenham importantes papéis no funcionamento do sistema nervoso.29

Os perigos dos poli-insaturados

O público tem sido alimentado com uma grande quantidade de desinformação sobre as relativas virtudes das gorduras saturadas em comparação com os óleos poli-insaturados. Os gurus das dietas politicamente corretas nos dizem que os óleos poli-insaturados nos fazem bem e que as gorduras saturadas causam câncer e doenças cardíacas. Como resultado, mudanças fundamentais têm ocorrido nas dietas ocidentais.

Na virada do século XX, a maioria dos ácidos graxos na dieta alimentar era de saturados ou monoinsaturados, fundamentalmente da manteiga, banha, sebo, gordura de coco e pequenas quantidades de azeite de oliva. Hoje a maioria das gorduras na dieta é de poli-insaturados de óleos vegetais, derivados principalmente da soja, bem como do milho, cártamo e canola.

As dietas modernas podem conter até 30% de calorias na forma de óleos poli-insaturados, porém a pesquisa científica indica que essa quantidade é demasiadamente elevada. As melhores evidências indicam que a nossa ingestão de poli-insaturados não deve ser maior que 4% das calorias totais, na proporção aproximada de 2% de ácido linolênico ômega-3 e 2% de ácido linoleico ômega-6.30

Um consumo de EFA nessa faixa ideal é encontrado em populações nativas de regiões temperadas e tropicais, cuja ingestão de óleos poli-insaturados vem de pequenas quantidades dos legumes, grãos, nozes, hortaliças verdes, peixes, azeite de oliva e gorduras animais, mas não de óleos vegetais comerciais.

O excessivo consumo de óleos poli-insaturado tem demonstrado contribuir para um grande número de doenças, inclusive aumento de câncer e doenças cardíacas; disfunções do sistema imunológico; danos no fígado, pulmão e órgãos reprodutivos; distúrbios digestivos; diminuição na capacidade de aprendizagem; crescimento prejudicado; e aumento de peso.31

Uma das razões de os poli-insaturados causarem tantos problemas de saúde é que eles tendem a ficar oxidados ou rançosos quando submetidos ao calor, oxigênio e umidade, como no cozimento e processamento. Os óleos rançosos são caracterizados por radicais livres (um átomo ou grupo de átomos contendo um elétron desemparelhado na órbita externa). Esses compostos são extremamente reativos quimicamente.

Eles têm sido caracterizados como “saqueadores” do organismo, pois atacam as membranas das células e os glóbulos vermelhos e causam danos nas cadeias de DNA/RNA, desencadeando dessa forma mutações nos tecidos, vasos sanguíneos e pele. Os danos dos radicais livres causam rugas e envelhecimento precoce, preparam o terreno para os tumores e iniciam o acúmulo de placas nos vasos sanguíneos.

Então, não é de se admirar que exames e estudos tenham repetidamente demonstrado uma alta correlação entre câncer e doenças cardíacas com o consumo de poli-insaturados.32Novos indícios relacionam a exposição a radicais livres com o envelhecimento precoce, doenças autoimunes (como a artrite) e com o mal de Parkinson, doença de Lou Gehrig, mal de Alzheimer e cataratas.33

Excesso de ômega-6

Os problemas associados com excesso de poli-insaturados são exacerbados pelo fato de que a maioria dos poli-insaturados nos óleos vegetais comerciais se encontra na forma de ácido linoleico ômega-6 duplamente insaturado, contendo muito pouco do vital ácido linolênico ômega-3 triplamente insaturado. A proporção, em alguns destes óleos, pode chegar a 40 partes de ômega 6 para uma parte de ômega 3.

Pesquisa recente revelou que um excesso de ômega-6 na dieta alimentar cria um desequilíbrio que pode interferir na produção de importantes prostaglandinas.34 Essa ruptura pode resultar numa tendência crescente de formar coágulos sanguíneos, inflamações, pressão alta, irritação do trato digestivo, repressão da função imunológica, esterilidade, proliferação de células, câncer e aumento de peso.35

Falta de ômega-3

Vários pesquisadores têm argumentado que, juntamente com um excesso de ácidos graxos ômega-6, a dieta alimentar norte-americana é deficiente no ácido linolênico ômega-3, mais insaturado. Esse ácido graxo é necessário para oxidação das células, para metabolizar importantes aminoácidos que contêm enxofre, e para manter o equilíbrio adequado na produção de prostaglandinas. Essas deficiências têm sido associadas com asma, doenças cardíacas e deficiências de aprendizagem.36

A maioria dos óleos vegetais comerciais contém muito pouco ácido linolênico ômega-3 e grandes quantidades de ácido linoleico ômega-6. Além disso, as modernas práticas agrárias e industriais têm reduzido a quantidade de ômega-3 nos óleos vegetais disponíveis no mercado, nos ovos, peixes e carnes. Por exemplo, ovos orgânicos de galinhas que se alimentam de insetos e plantas verdes, podem conter ácidos graxos ômega-6 e ômega-3 na boa proporção de aproximadamente um para um (1:1). Mas os ovos comerciais de supermercado podem conter até 19 vezes mais ômega-6 que ômega-3… 37

Benefícios das gorduras saturadas

As tão difamadas gorduras saturadas (que as pessoas estão tentando evitar) não são a causa das doenças modernas. Na realidade, elas desempenham importantes papéis na química do nosso corpo:

As provas científicas, avaliadas de forma honesta, não dão suporte à alegação de que gorduras saturadas “entupidoras de artérias” causam doenças cardíacas.44 Na verdade, a avaliação dos depósitos encontrados nas artérias revela que apenas 26% são saturados. O restante é insaturado, do qual mais da metade é poliinsaturado.45

E o colesterol?

E quanto ao colesterol? Aqui também o público tem sido desinformado. Os nossos vasos sanguíneos podem ser danificados de várias formas – irritações causadas por radicais livres ou vírus, ou por estarem estruturalmente enfraquecidos – e quando isso acontece, uma substância reparadora natural do organismo entra em cena para consertar o estrago.

Essa substância é o colesterol. O colesterol é um álcool de elevado peso molecular, que é fabricado no fígado e na maioria das células humanas. Assim como as gorduras saturadas, o colesterol que produzimos e consumimos desempenha muitas funções vitais:

O colesterol não é a causa das doenças cardíacas, mas sim uma potente arma antioxidante contra os radicais livres no sangue, e uma substância reparadora que ajuda a curar os danos arteriais (apesar de as placas arteriais conterem um pouco de colesterol).

Porém, assim como as gorduras, o colesterol pode ser danificado por exposição ao calor e ao oxigênio. Esse colesterol danificado ou oxidado parece promover ferimentos nas células arteriais, bem como acúmulo patológico de placas nas artérias.50 Colesterol danificado é encontrado nos ovos em pó, no leite em pó (adicionado para encorpar leites com gordura reduzida), além de carnes e gorduras que tenham sido aquecidos em frituras e outros processos de alta temperatura.

Altos níveis sorológicos de colesterol muitas vezes indicam que o organismo precisa de colesterol para proteger-se contra altos níveis de gorduras alteradas e com radicais livres. Da mesma forma que uma numerosa força policial é necessária numa localidade onde ocorrem muitos crimes, também o colesterol é necessário num organismo pobremente nutrido, para proteger o indivíduo contra as tendências de doenças cardíacas e câncer. Culpar o colesterol pelas doenças cardiocoronárias é como culpar a polícia pelos roubos e assassinatos numa área onde o crime é elevado.

O funcionamento deficiente da tireoide (hipotireoidismo) muitas vezes resulta em altos níveis de colesterol. Quando o funcionamento da tireoide é deficiente, normalmente devido a uma dieta com muito açúcar e pouco iodo utilizável, poucas vitaminas lipossolúveis e outros nutrientes, o organismo inunda o sangue com colesterol, como um mecanismo adaptador e protetor, propiciando uma superabundância de materiais necessários para curar tecidos e produzir esteroides protetores. Pessoas com hipotireoidismo são particularmente suscetíveis a infecções, doenças cardíacas e câncer.51

  1. do T. Ver também artigo na e-coluna do Dr. Joseph Mercola <mercola.com>, ed. 361 (de 21-09-02), do médico sueco Uffe Ravnskov <uffe.ravnskov@swipnet.se>. O Dr. Ravnskov (autor do livro The Cholesterol Myths – “Os Mitos do Colesterol”, ISBN 0-9670897-0-0, New Trends Publishing Inc.) é porta-voz do crescente grupo internacional de cientistas, médicos e pesquisadores acadêmicos de vários países chamadoInternational Network of Cholesterol Skeptics (algo como “Rede Internacional de Profissionais Descrentes do Colesterol”), que questiona o dogma de que colesterol e gorduras saturadas na dieta alimentar causam doenças cardíacas. Eles alegam que não apenas não existe prova que apóie essa hipótese, mas também as evidências científicas disponíveis claramente contradizem essa alegação. Além disso, eles alertam para as gerações de diabéticos e obesos (estes sim, candidatos a problemas cardíacos) resultantes desse equivocado patrulhamento contra as gorduras saturadas e o colesterol.

Causa e tratamento das doenças cardíacas

As causas das doenças cardíacas não são as gorduras animais e o colesterol, mas sim vários fatores inerentes às dietas modernas, incluindo o consumo excessivo de óleos vegetais e gorduras hidrogenadas, excessivo consumo de carboidratos (na forma de açúcar e farinha branca principalmente), deficiências minerais (em especial o baixo nível de magnésio e iodo), deficiências de vitaminas (em especial da vitamina C, necessária para integridade das paredes dos vasos sanguíneos) e de antioxidantes (como selênio e vitamina E, que nos protegem dos radicais livres) e, por último, o desaparecimento das gorduras antimicrobianas dos alimentos, ou seja, as gorduras animais e os óleos tropicais.52 Esses, antigamente, nos protegiam contra os tipos de vírus e bactérias que têm sido associados com o início das placas patogênicas que levam a doenças cardíacas.

Embora os níveis sorológicos de colesterol propiciem uma indicação imprecisa de futuras doenças cardíacas, um elevado nível no sangue da substância chamada homocisteína tem sido positivamente relacionado com a formação patológica de placas nas artérias e com a tendência de formar coágulos – uma combinação fatal. Ácido fólico, vitamina B-6, vitamina B-12 e colina são nutrientes que reduzem os níveis sorológicos de homocisteína.53 Esses nutrientes são encontrados principalmente nos alimentos de origem animal.

A melhor forma de tratar doenças cardíacas, então, não é tentando diminuir o colesterol, seja por meio de medicamentos ou através da dieta alimentar, mas sim:

Métodos modernos de processamento das gorduras

É importante entender que, de todas as substâncias ingeridas pelo nosso organismo, os óleos poli-insaturados são as que mais facilmente tornam-se perigosas no processamento industrial de alimentos, especialmente o instável ácido linolênico ômega-3. Considere os seguintes processos a que são submetidos ácidos graxos que ocorrem naturalmente, antes que eles cheguem à sua mesa:

Extração

Os óleos que ocorrem naturalmente em frutas, nozes e sementes precisam primeiro ser extraídos. Antigamente, essa extração se fazia com prensas de pedra, que se moviam lentamente. Mas atualmente os óleos processados nas grandes fábricas são obtidos esmagando-se as sementes oleosas e aquecendo-as a 230 graus.

O óleo é então obtido por compressão, com pressões que variam de 10 a 20 toneladas por polegada, gerando assim mais calor. Durante esse processo, os óleos são expostos à luz e ao oxigênio, que os danificam. Para extrair os 10% restantes de óleo das sementes esmagadas, os processadores tratam a polpa com vários tipos de solvente – normalmente o hexano. O solvente é então removido por meio de fervura, embora até 100 partes por milhão possam permanecer no óleo. Esses solventes, que já são tóxicos, retêm os pesticidas aderidos às sementes e grãos antes do processamento.

A alta temperatura do processamento faz com que as fracas ligações de carbono dos ácidos graxos insaturados (especialmente o ácido linolênico) se rompam, criando assim perigosos radicais livres. Além disso, antioxidantes como a lipossolúvel vitamina E (que protege o organismo contra a devastação dos radicais livres) são neutralizados ou destruídos pelas altas temperaturas e pressões. O BHT e o BHA, ambos suspeitos de causarem câncer e danos cerebrais, são muitas vezes adicionados a esses óleos, para substituir a vitamina E e outros conservantes naturais destruídos pelo aquecimento.

Existe uma técnica moderna e segura para extração, que perfura a semente e extrai o óleo com sua preciosa carga de antioxidantes, sob baixas temperaturas e com mínima exposição à luz e ao oxigênio. Esses óleos não refinados permanecem frescos por um longo período, se guardados no refrigerador em garrafas escuras.

O azeite de oliva extra virgem é produzido por esmagamento das azeitonas por pedras, ou por rolos de aço inox. Esse é um processo suave, que preserva a integridade dos ácidos graxos e dos numerosos conservantes naturais existentes nesse azeite. Se armazenado em recipiente opaco, o azeite de oliva reterá seu frescor e sua preciosa carga de antioxidantes durante muitos anos.

Hidrogenização

É o processo que transforma os poli-insaturados (normalmente líquidos à temperatura ambiente) em gorduras que são sólidas na temperatura ambiente – margarina e gordura para fritura. Para produzi-las, os fabricantes começam com os óleos mais baratos – soja, milho, algodão ou canola, já tornados rançosos pelo processo de extração, e os misturam com minúsculas partículas de metal, usualmente o óxido de níquel (catalisador).

O óleo com esse níquel é então submetido ao gás hidrogênio, num reator de alta pressão e alta temperatura. A seguir, amido e emulsificadores tipo sabão são injetados na mistura, para dar maior consistência, e o óleo é novamente submetido a altas temperaturas, para ser limpo a vapor. Isso remove o odor desagradável. A cor natural da margarina, um cinza nada apetitoso, é removida por alvejante. Corantes e fortes flavorizantes são então acrescentados, para torná-la semelhante à manteiga. Por último, a mistura é comprimida e acondicionada em blocos ou tubos e vendida como um produto saudável.

Gorduras e margarinas parcialmente hidrogenadas são ainda piores para a saúde do que os óleos vegetais altamente refinados dos quais elas são feitas, por causa das alterações químicas que ocorrem no processo de hidrogenização. Sob altas temperaturas, o catalisador (níquel) faz com o que o átomo de hidrogênio mude de posição na cadeia do ácido graxo.

Antes da hidrogenização, pares de átomos de hidrogênio ocorrem juntos, fazendo com que a cadeia se curve ligeiramente e criando uma concentração de elétrons no local da ligação dupla. Isso é chamado de “formação cis”, a configuração mais comumente encontrada na natureza. Com a hidrogenização, um átomo de hidrogênio do par é movido para o outro lado, fazendo com que a molécula fique reta. Isso é chamado de “formação trans”, raramente encontrada na natureza.

A maior parte dessas gorduras trans artificiais são toxinas para o organismo humano, mas infelizmente o nosso sistema digestivo não as reconhece como tal. Em vez de serem eliminadas, as gorduras trans são incorporadas às membranas das células, como se fossem gorduras cis – na verdade, as nossas células tornam-se parcialmente hidrogenadas! Uma vez estabelecidos, os ácidos graxos trans, com seus átomos de hidrogênio deslocados, provocam devastação no metabolismo das células, pois as reações químicas somente podem ocorrer quando os elétrons das membranas celulares seguem um certo arranjo ou padrão, o que é alterado pelo processo de hidrogenização.

Na década de 40, pesquisadores encontraram uma forte correlação entre câncer e o consumo de gorduras – as gorduras usadas nos estudos foram as hidrogenadas, embora os resultados tenham sido apresentados como se as culpadas fossem as gorduras saturadas.54Na verdade, até recentemente as gorduras saturadas eram englobadas junto com as gorduras trans nos diversos bancos de dados norte-americanos que os pesquisadores usavam para correlacionar tendências dietéticas com doenças.55 Assim, as gorduras saturadas naturais foram pichadas com o pincel dos óleos vegetais hidrogenados não naturais.

Gorduras alteradas e parcialmente hidrogenadas feitas a partir de óleos vegetais na realidade bloqueiam a utilização dos ácidos graxos essenciais, causando muitos efeitos nocivos, inclusive disfunções sexuais, aumento do colesterol no sangue e paralisia do sistema imunológico.56

O consumo de gordura hidrogenada está associado com uma série de outras doenças graves, não apenas câncer, mas também aterosclerose, diabetes, obesidade, disfunções no sistema imunológico, recém-nascidos com baixo peso, defeitos de nascimento, menor acuidade visual, esterilidade, dificuldades na lactação e problemas com ossos e tendões.57

Apesar disso tudo, as gorduras hidrogenadas continuam sendo promovidas como alimentos saudáveis. A maior popularidade das margarinas parcialmente hidrogenadas em relação à manteiga representa o triunfo da fraude publicitária sobre o bom senso.

Homogeneização

É o processo pelo qual partículas de gordura do creme são forçadas através de minúsculos poros e sob grande pressão. As partículas de gordura resultantes são tão pequenas que ficam em suspensão, em vez de subirem para a superfície do leite. Isso torna a gordura e o colesterol mais suscetíveis à rancidez e à oxidação, e algumas pesquisas indicam que as gorduras homogeneizadas podem contribuir para as doenças cardíacas.58

O constante ataque da mídia às gorduras saturadas é altamente suspeito. Alegações de que a manteiga causa crônicos valores elevados de colesterol não têm sido substanciadas por pesquisas – embora alguns estudos mostrem que o consumo de manteiga causa uma pequena e temporária elevação, enquanto outros estudos demonstrem que o ácido esteárico, o principal componente da gordura da carne de gado, na realidade diminui o colesterol.59

A margarina, por outro lado, provoca crônicos e elevados níveis de colesterol, e tem sido relacionada tanto a doenças cardíacas quanto ao câncer.60 As novas margarinas “soft”, ou pastas em bisnagas para passar no pão, apesar de conterem menos gorduras hidrogenadas, ainda são produzidas a partir de óleos vegetais râncidos e contêm muitos aditivos. É sem dúvida uma das piores opções disponíveis para compor uma alimentação.

O “dietocratas” conseguiram convencer as pessoas de que a manteiga é perigosa, quando na realidade ela é um valioso componente de muitas dietas de culturas tradicionais e fonte dos seguintes nutrientes:

Vitaminas lipossolúveis

vitaminas solúveis na gordura. Incluem a vitamina A (retinol), vitamina D, vitamina K e vitamina E, bem como todos os seus co-fatores que ocorrem naturalmente e que são necessários para se obter efeito máximo. A manteiga é a melhor fonte desses importantes nutrientes. Na verdade, a vitamina A é mais facilmente absorvida e utilizada se oriunda da manteiga que de qualquer outra fonte.61 Felizmente, essas vitaminas lipossolúveis são relativamente estáveis e sobrevivem ao processo de pasteurização.

Quando o Dr. Weston Price estudou povos isolados tradicionais ao redor do mundo, ele descobriu que a manteiga era básica em muitas dietas nativas. (Ele não achou nenhum povo isolado que consumisse óleos poli-insaturados). Os grupos que ele estudou valorizavam particularmente a manteiga amarelo-escuro, produzida a partir do leite de vacas que se alimentavam de grama verde de rápido crescimento. Por intuição natural, eles sabiam que suas qualidades revigorantes eram especialmente benéficas para crianças e grávidas.

E quando o Dr. Price analisou essa manteiga de amarelo escuro, descobriu que ela era excepcionalmente rica em vitaminas lipossolúveis, especialmente a vitamina A. Ele chamou essas vitaminas de catalisadores ou “ativadores”. Sem elas, segundo o Dr. Price, não vamos conseguir utilizar os minerais que ingerimos, não importa o quanto eles sejam abundantes em nossa dieta alimentar. Ele também acreditava que as vitaminas lipossolúveis são necessárias para absorção das vitaminas hidrossolúveis (solúveis em água).

As vitaminas A e D são essenciais para o crescimento, para o desenvolvimento adequado do cérebro e do sistema nervoso e para o desenvolvimento sexual normal. Muitos estudos têm demonstrado a importância da gordura da manteiga para a reprodução. Sua ausência resulta em “castração nutricional”, a falha na produção das características sexuais masculinas e femininas. À medida que o consumo de manteiga declinou no Ocidente, aumentaram as taxas de esterilidade e os problemas de desenvolvimento sexual. Em bezerros, os substitutos da manteiga não conseguem promover o crescimento ou manter a reprodução.62

Nem todas as sociedades que o Dr. Price estudou ingeriam manteiga. Mas todos os grupos que observou não mediam esforços para obter alimentos ricos em vitaminas lipossolúveis – peixes, mariscos, ovas de peixes, carnes de órgãos, gorduras de animais marinhos e insetos. Sem saber os nomes das vitaminas contidas nesses alimentos, as sociedades tradicionais isoladas reconheciam sua importância na dieta alimentar e comiam generosamente os produtos animais que as continham. Eles acreditavam, acertadamente, que esses alimentos eram necessários para a fertilidade e desenvolvimento ideal das crianças.

O Dr. Price analisou o conteúdo nutritivo das dietas nativas e descobriu que ele sempre propiciava cerca de dez vezes mais vitaminas lipossolúveis que a dieta dos norte-americanos de 1930. Essa proporção é provavelmente maior ainda hoje, pois os norte-americanos têm deliberadamente reduzido o consumo de gordura animal. O Dr. Price percebeu que essas vitaminas lipossolúveis promoviam a bonita estrutura óssea, o amplo palato, os dentes perfeitos e alinhados, e os rostos bonitos e bem proporcionados que caracterizavam os membros de grupos tradicionais isolados.

As crianças em geral não comem peixe ou carnes de órgãos, pelo menos não em grandes quantidades, e gordura de baleia e insetos não fazem parte da dieta ocidental. Muitos não comem ovos. A única boa fonte de vitaminas lipossolúveis na dieta norte-americana, que pode certamente ser comida, é a manteiga. A manteiga adicionada às verduras e passada no pão, assim como a nata adicionada às sopas e molhos, asseguram a assimilação adequada dos minerais e das vitaminas hidrossolúveis das verduras, cereais e carnes.

O fator Wulzen

Chamado de fator “anti-rigidez”, esse componente está presente na gordura animal natural. A pesquisadora Rosalind Wulzen descobriu que essa substância protege humanos e animais contra a calcificação das juntas (artrite degenerativa). Ela também protege contra o endurecimento das artérias, cataratas e calcificação da glândula pineal.63Bezerros alimentados com leite pasteurizado ou leite desnatado apresentam rigidez nas juntas e não se desenvolvem. Seus sintomas são revertidos quando se acrescenta gordura natural de manteiga à dieta. A pasteurização destrói o fator Wulzen – ele está presente apenas na manteiga bruta, nata e leite integral.

O fator Price, ou ativador X

Descoberto pelo Dr. Price o ativador X é um poderoso catalisador que, assim como as vitaminas A e D, ajuda o nosso corpo a absorver e utilizar os minerais. Ele é encontrado em carnes de órgãos de animais de pasto (não alimentadas com ração) e em alguns frutos do mar. A manteiga pode ser uma fonte especialmente rica em ativador X, quando oriunda de vacas que comem grama de crescimento rápido, na primavera e no outono. Ele desaparece nas vacas alimentadas com rações de caroço de algodão, ou com rações de alta proteína à base de soja.64 Felizmente, o ativador X não é destruído pela pasteurização.

Ácido araquidônico

É um poli-insaturado de 20 carbonos com quatro ligações duplas, encontrado em pequenas quantidades somente em gorduras animais. O ácido araquidônico (AA) desempenha um papel no funcionamento do cérebro, é um componente vital nas membranas das células, sendo um precursor de importantes prostaglandinas. Alguns gurus dietéticos alertam contra a ingestão de alimentos ricos em AA, alegando que ele contribui para a produção das prostaglandinas “ruins”, aquelas que causam inflamações. Porém, as prostaglandinas que agem contra as inflamações também são feitas a partir do AA.

Ácidos graxos de cadeias curtas e médias

A manteiga contém cerca de 12 a 15% de ácidos graxos com cadeias curtas e médias. Esse tipo de gordura saturada não necessita ser emulsificada por sais biliares, sendo absorvida diretamente através do intestino delgado para o fígado, onde é convertida em energia rápida. Esses ácidos graxos também possuem propriedades antimicrobianas, anti-tumorais e de apoio ao sistema imunológico, especialmente o ácido láurico de 12 carbonos, de cadeia média e não encontrado em outras gorduras animais.

O altamente protetor ácido láurico devia ser chamado de “ácido graxo condicionalmente essencial”, porque ele é produzido apenas pelas glândulas mamárias e não no fígado, como outras gorduras saturadas.65 Precisamos obtê-lo de duas fontes dietéticas – pequenas quantidades na manteiga, ou grandes quantidades na gordura de coco. O ácido butírico de quatro carbonos é exclusivo da manteiga. Ele tem propriedades antifúngicas e efeitos anti-tumorais.66

Ácidos graxos essenciais ômega-6 e ômega-3

Ocorrem na manteiga em pequenas mas praticamente iguais quantidades. Esse excelente equilíbrio entre ácido linoleico e ácido linolênico evita os tipos de problemas associados com excesso de consumo de ômega-6.

Ácido linoleico conjugado

A manteiga oriunda de vacas de pasto (não alimentadas com ração) também contém uma forma reagrupada chamada ácido linoleico conjugado (CLA, em inglês), que possui fortes propriedades anticâncer. Ele também estimula a formação de músculos e previne o aumento de peso. O CLA desaparece quando as vacas são alimentadas com forragem seca ou com rações processadas.67

Lecitina

A lecitina é um componente natural da manteiga que auxilia na assimilação adequada e na metabolização do colesterol e de outros constituintes da gordura.

Colesterol

O leite materno contém altos níveis de colesterol porque ele é essencial para o crescimento e o desenvolvimento. O colesterol também é necessário para a produção de diversos esteroides que protegem contra o câncer, doenças cardíacas e doenças mentais.

Glicoesfingolipídios

Este tipo de gordura protege contra infecções gastrointestinais, especialmente nos muito jovens e nos idosos. Por essa razão, crianças que bebem leite desnatado têm taxas de diarreia três a cinco vezes mais altas do que as que tomam leite integral.68

Micronutrientes

Muitos micronutrientes estão incorporados na membrana do glóbulo gorduroso da manteiga, incluindo manganês, zinco, cromo e iodo. Em áreas montanhosas e distantes do mar, o iodo da manteiga protege contra o bócio (papo). A manteiga é extremamente rica em selênio, um micronutriente com propriedades antioxidantes, numa maior concentração por grama que o arenque ou o germe de trigo.

Uma objeção constantemente ouvida contra o consumo de manteiga e de outras gorduras animais é a de que elas tendem a acumular venenos ambientais. Venenos lipossolúveis, como o DDT, realmente se acumulam na manteiga. Mas os venenos hidrossolúveis, como os antibióticos e o hormônio do crescimento, acumulam-se na fração aquosa do leite e das carnes.

As verduras e os grãos também acumulam venenos. Uma lavoura típica recebe dez aplicações de pesticidas (desde o plantio até a armazenagem), ao passo que as vacas geralmente pastam em campos não pulverizados. A aflatoxina, um fungo que cresce nos grãos (especialmente o amendoim), é um dos mais potentes carcinógenos conhecidos.

É correto supor que todos os nossos alimentos, sejam de origem animal ou vegetal, estejam contaminados. A solução para os venenos ambientais não é eliminar as gorduras animais (tão essenciais ao crescimento, à reprodução e à saúde em geral), mas sim procurar obter carnes orgânicas (para quem come carnes, é claro) e manteiga oriunda de vacas alimentadas em pastagens, bem como verduras e grãos orgânicos. Esse tipo de alimento está se tornando cada vez mais disponível em lojas de alimentos naturais, supermercados e feiras orgânicas, mas também pode ser encontrado e adquirido diretamente com pequenos produtores.


Em resumo, nossa escolha de óleos e gorduras é algo da maior importância. Para a maioria das pessoas, principalmente bebês e crianças em crescimento, é mais benéfico ter mais gordura na dieta do que menos. Mas as gorduras que ingerimos devem ser escolhidas com cuidado. Evite os alimentos processados contendo modernas gorduras hidrogenadas e óleos poli-insaturados.

Em seu lugar, use os óleos vegetais tradicionais, como azeite de oliva extra virgem, e pequenas quantidades de óleo de linhaça não refinado. Familiarize-se com as vantagens da gordura de coco para cozimento e das gorduras animais para frituras, coma gemas de ovos e outras gorduras animais com as proteínas às quais estão ligadas. E, finalmente, use tanta manteiga de qualidade quanto você quiser, com a feliz certeza de que se trata de um alimento integral – na verdade, um alimento essencial para você e toda a sua família.


* Mary G. Enig é Vice-Presidente da Fundação Weston A. Price, Presidente da Associação dos Nutricionistas de Maryland (EUA) e autora da obra “Know Your Fats: The Complete Primer for Understanding the Nutrition of Fats, Oils and Cholesterol, Bethesda Press, 2000″ [Conheça suas gorduras – Manual completo para entender a nutrição das gorduras, óleos e colesterol].

** Sally Fallon é Presidente da Fundação Weston A. Price (EUA) e autora da obra “Nourishing Traditions: The Cookbook that Challenges Politically Correct Nutrition and the Diet Dictocrats”, NewTrends Publishing, 2000 [Tradições Alimentares – O livro de receitas que desafia a nutrição politicamente correta e os dictocratas das dietas].

Fonte: e-coluna do Dr. Joseph Mercola, 8/02

Esse texto foi traduxido por Odi Melo www.melnex.net e foi foi copiado do excelente  www.blogpuravida.com.br

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  69. Sauer, F D, et al, Nutr Res, 1997, 17:2:259-269
  70. Kramer, J K G, et al, Lipids, 1982, 17:372-382; Trenholm, H L, et al, Can Inst Food Sci Technol J, 1979, 12:189-193
  71. Prior, I, et al, Am J of Clin Nutr, 1981, 34:1552
  72. Personal communication, Mary G Enig, PhD. This lobbying against tropical oils is largely channeled through the Institute for Shortening and Edible Oils

Rasayana: rejuvenescimento e saúde através da alimentação

Na visão ayurvédica, gozar de uma boa saúde vai muito além da ausência de doenças ou enfermidades no corpo e na mente. Por esta razão, também é necessário promover a saúde, fortalecer o corpo saudável estimulando a imunidade e intensificando a força e a energia vital. A terapia que promove este cuidado é chamado pela Ayurveda de rasayana, um dos oito ramos desta tradição, cujo foco é o rejuvenecimento.

O que é rasayana?

Rasayana significa aumentar rasa. Quando se estuda fisiologia e anatomia na Ayurveda, rasa é o primeiro dos 7dhatus (tecidos) observados, pois é nele que inicia todo o um processo de transformação e refinamento (35 dias) de tudo que entra pelos nossos sentidos, principalmente os alimentos e ervas que a longo prazo tornar-se-ão a nutrição de todo o corpo. A palavra rasayana, do sâncrito, significa caminho para (ayana) o suco, elixir ou fluido vital (rasa). Rasa pode também ser traduzido como sabor ou como mercúrio, metal doador de longevidade e que simboliza o sêmen do deus Shiva. Esta força fluida vital, também é chamada de Ojas, que corresponde no corpo às endorfinas promotoras de felicidade além de ser também a base da imunidade.

Como é o rejuvenescimento na Ayurveda?

Um tratamento de rejuvenescimento na medicina Ayurveda é fundamentado nestes conceitos muito resumidamente expostos anteriormente. Antes de iniciar um tratamento de rasayana, o mais importante é estar livre de ama (toxinas) ou fazer um tratamento de desintoxicação que pode ser um panchakarma (5 processos de limpeza) ou mesmo um período mais prolongado de shamana (pacificação) para o seu dosha. Um tratamento de rasayana é composto por dietas específicas, ingestão de ervas, yoga, pranayamas (exercícios de respiração), massagens com ervas e óleos específicos, meditação, banhos de sol, uso de metais internamente e externamente, uso de pedras preciosas e elixires de cristais. A observação da energia sexual também é muito importante durante o período de tratamento, que aconselha a reabsorsão de sêmem (ou retenção da ejaculação) pelo corpo (no caso dos homens) como forma de prolongamento da vitalidade.

Tipos de rasayana

1. Kamya rasayana é o tipo que promove saúde aumentando a energia vital, ojas, imunidade e o estado de saúde como um todo. Está subdividida em três categorias: Pranakamya – promotora de vitalidade, vigor sexual e longevidade Medhakamya – promotora de inteligência (tejas) Srikamya – promotora de brilho ou compleeição.
2. Naimittika Rasayana é a modalidade de rasayana que ajuda na luta contra doenças mais específicas.

Muitos compostos ayurvédicos são usados para um tratamento de rasayana, o mais famoso é o shawanprash que possui mais de 48 ervas além de ghee e óleos como o de gergelim. Todos os alimentos que aumentam ojas podem ser usados, ervas com qualidades tônicas como o ginseng, óleos nutritivos como de castanha e abacate, aromas imuno estimulantes como olíbano e pau rosa estão entre as possibilidades terapêuticas.

Em conclusão, o resultado deste tratamento não é apenas saúde e força, mas também a manifestação de qualidades mais sutis como o magnetismo e o lustro ou brilho na pessoa que passa, por esta razão, parecer mais bonita e radiante.

Rasayana: rejuvenescimento e saúde através da alimentação

Alimentos para aumentar ojas, trazer vitalidade e rejuvenescimento

Óleo de coco: a verdade científica sobre este super alimento

Confira artigo com dados reais sobre o óleo de coco e seus benefícios

Nestes meses, a falsa indústria de alimentos com baixo valor nutricional parece ter iniciado uma campanha para vender mais óleo de canola e soja. E para isso, compararam esses dois óleos ao óleo de coco, divulgando informações falsas, inverdades que prejudicam a saúde e confundem as pessoas. 

Compartilhamos com você um artigo bastante esclarecedor sobre o óleo de coco e seus benefícios. Nele há tudo que você precisa saber, com dados reais e comprovados cientificamente. Uma parte interessante do texto é dedicada ao óleo de canola, explicando para que fique claro, de uma vez por todas, que você não devera utilizar este óleo como alimento. 

Resumo do artigo sobre óleo de coco

Dados disponíveis em inúmeros livros e trabalhos científicos reconhecidos mundialmente – sendo alguns deles apresentados e discutidos neste artigo – inserem o óleo de coco na categoria hoje classificada como superalimento funcional. Apesar de seus benefícios, trata-se de um alimento ainda subutilizado devido à falta de conhecimento dos consumidores, incluindo, nesse caso, os profissionais da medicina, que, em sua maioria, não recebem formação voltada para a área nutricional. Insere-se também nesse contexto, associações médicas brasileiras – consideradas referências nas especialidades que representam – que, ao invés de deter um conhecimento profundo sobre o tema em questão, publicam informações sem embasamento, capazes de deixar a população em geral confusa e insegura sobre o uso desse alimento. Sendo assim, o objetivo principal deste artigo é destacar, de forma didática e com o máximo de profundidade, os reais benefícios do Cocos nucifera, com base em evidências científicas que comprovem esse fato.

PALAVRAS-CHAVE: Óleo de coco; Ácido láurico; Termogênese; Triglicérides de Cadeia Média; Monolaurina.

Sobre o autor Lair Geraldo Theodoro Ribeiro

É Médico, Cardiologista e Nutrólogo, professor contratado e coordenador de curso de pós-graduação lato sensu da Uningá – Centro Universitário Ingá; Mestre em Cardiologia pela PUC-RJ eFellow of the American College of Cardiology (FACC).


Somente o conhecimento nos liberta, nos faz enxergar mais longe. Estude, busque mais e argumente com sabedoria. Acesse o PDF do artigo completo clique aqui. Vale a sua saúde!

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Veja laudo com composição de ácidos graxos da manteiga ghee Yamuna

Perfil de ácidos graxos realizado em dois laboratórios demonstram as qualidades desse superalimento

Temos o prazer de apresentar para vocês o laudo do nosso ghee, perfil de ácidos graxos realizado em dois laboratórios que demonstram as qualidades desse superalimento além da ausência de lactose (contém apenas traços pois é derivado de leite)

Lembramos que a composição dos ácidos graxos só pode ser aplicada ao ghee Yamuna pois tem relação direta com o método de produção e esse é nossa maior preocupação:  utilizamos apenas manteiga de vacas de pastagem, ou seja Grassfed ghee. Recebemos a manteiga fresca e no mesmo momento ela já entra nas panelas e passa de 2 a 3 dias em temperaturas especificas, processos que desenvolvemos ao longo de 13 anos produzindo. Todo nosso conhecimento, carinho e cuidado estão nesse produto.

COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL AVALIADA POR ANÁLISES LABORATORIAIS

Análises realizadas nos seguintes laboratórios: LACAL UFSC e Laboratório CBO

Produto: Ghee Yamuna

  Por 100g Por porção (10g)
Lactose Não contém (menor que 5 mg/100g)
Gorduras Totais, das quais: 99,8 g 9,9 g
Gorduras Saturadas 64,5 g 6,5 g
Ácido linoleico Conjugado CLA 0,3 g 0,0 g
Gorduras  Monoinsaturadas 31,1 g 3,1 g
Gorduras  Poli-insaturadas 2,9 g 0,3 g
Vitamina A 319 µg = 1066 UI  32 µg = 107 UI

 

 Perfil de ácidos graxos

  Por 100g Por porção (10g)
C4:0 – Ácido butírico 0,67 g 67 mg
C8:0 – Ácido caprílico 0,58 g 58 mg
C6:0 – Ácido capróico 0,68 g 68 mg
C10:0 – Ácido cáprico 1,87 g 187 mg
C20:2 – Ácido eicosadienóico 0,12 g 12 mg
C18:0  – Ácido esteárico 14,5 g 1450 mg
C21:0 – Ácido heneicosanóico 1,04 g 104 mg
C17:0 – Ácido heptadecanóico 0,81 g 81 mg
C17:1 – Ácido heptadecenóico 0,27 g 27 mg
C18:2n 6c – Ácido linolêico (ômega 6) 1,70 g 170 mg
C18:2n 6t – Ácido linolêico 0,27 g 27 mg
C18:3n3c – Ácido linolênico (ômega 3) 0,64 g 64 mg
C18:3n6c – Ácido linolênico (ômega 6) 0,2 g 20 mg
C12:0 – Ácido láurico 2,78 g 278 mg
C14:1 – Ácido meristolêico 1,14 g 114 mg
C14:0 – Ácido merístico 10,72 g 1072 mg
C18:1n-9c – Ácido olêico (ômega 9) 27,79 g 2779 mg
C16:1 – Ácido palmitolêico 1,64 g 164 mg
C16:0 – Ácido palmítico 29,75 g 2975 mg
C15:0 – Ácido pentadecanóico 1,02 g 102 mg
C15:1 – Ácido pentadecenóico 0,3 g 30 mg
C11:0  – Ácido undecanóico 0,13 g  13 mg

Florianópolis, 24 de abril de 2017.

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8 maneiras de usar ghee ou manteiga clarificada na culinária

Com sabor único, delicioso e saudável, a manteiga ghee pode ser utilizada em diversas receitas e acompanhamentos

Para você usar o ghee e se deliciar não precisa ficar em dúvida porque realmente o que é super fácil combinar. A grande dica é que você experimente substituir o óleo de cozinha pela manteiga clarificada para tudo. Claro, você vai usar menos ghee, mas os resultados serão surpreendentes. 

  

Como usar ghee ou manteiga clarificada – 8 maneiras de se apaixonar:

1 – Pão na chapa com Ghee e gersal

Coloque aquela fatia deliciosa de pão na chapa, assim que virar para dourar o outro lado. Depois, passe na parte que ficou para cima, e ele vai derretendo e entrando nos furinhos do pão. Se comer só assim já fica delicioso, mas se quiser melhorar ainda mais, pode polvilhar gersal (gergelim torrado e moído com sal marinho) em cima e se deliciar.

2 – Brigadeiro com Ghee ou seus doces favoritos

Lembre-se daquela receita tradicional de brigadeiro que você faz desde quando era criança: simplesmente substitua a margarina ou manteiga por ghee… o sabor fica encantador. Melhor ainda se utilizar algum chocolate 70% de cacau em barra ao invés dos achocolatados artificiais. 

3 – Refogar alimentos com manteiga clarificada: cogumelos, vegetais, raízes, carnes ou o que preferir.

O ghee desperta e revela o sabor  dos alimentos como nenhum outro óleo, especialmente quando refogamos vegetais. Refoque a cebola, alho e vegetais no ghee e você vai se apaixonar desse alimento.

4 – Arroz aromático com ghee

Substitua os óleos vegetais ao refogar o arroz pela manteiga clarificada, você vai se encantar com delicioso aroma de um arroz soltinho e saboroso.

5 – Ovo frito e omeletes com ghee

O preferido das crianças! Simples assim: substitua o óleo por ghee ao para fritar os ovos ou refogar o omelete.

6 – Bolos e tortas com ghee:

O ghee ajuda a dar estrutura, umidade, maciez e um sabor delicioso para bolos e tortas. Use 20% a menos do que a quantidade de óleos das suas receitas.

10 benefícios da manteiga ghee: nutrição do corpo, pele e cabelos

7 – Cebola caramelizada com laranja e ghee

Corte as cebolas em anéis grossos, refogue com ghee, adicione um pouco de açúcar mascavo para caramelizar e sal. No final com o fogo desligado acrescente as raspas de laranja.

8 – Bulletproof Coffee – O café super poderoso

Todos os dias, logo após tomar um limão batido inteiro com 500 ml de água e gengibre, preparo meu bulletproof coffee, o qual é composto por:

Nós desenvolvemos uma receita com o preparado pronto para fazer o bulletproof Coffee, nela tem óleo de coco, ghee, cardamomo e canela. Temos muitos clientes que preferem comprar prontinho e só misturar uma colherada no café, olha só:

  bulletproof blend yamuna

Conhece mais alguma maneira de usar? 

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Forte abraço,

Bernardo e Daiane

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